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O Brasil no Spirit Awards

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Muita gente não sabe, mas existem muitas outras premiações relevantes além do Oscar e do Golden Globe Awards. A minha preferida, por exemplo, é o Spirit Awards, que acontece em NY e esse ano vai ser no dia 25 de fevereiro, sábado de carnaval. Pega a purpurina e vem comigo entender porque temos que assistir!

 

Primeiro vamos entender o motivo de nem todo mundo conhecer o Spirit Awards: porque a gente não conhece esses filmes. Infelizmente, grande parte do cinema independente americano não chega no Brasil e muitas vezes temos que contar com outras fontes, nem sempre lícitas, para assistirmos. Se você não sabe direito o que é filme independente, eu te digo: são aqueles que não são feitos pelos grandes estúdios, e sim produtores e diretores que correm atrás de investidores para conseguir filmar.

 

Isso não quer dizer que são filmes menores. Esse ano, por exemplo, alguns dos indicados a melhor filme são Moonlight, Manchester à Beira Mar e Jackie, todos eles também grandes apostas do Oscar. E sabe quem está indicado na categoria de melhor filme estrangeiro? O brasileiríssimo, com direito até a música do Roberto Carlos, Aquarius, de Kléber Mendonça Filho.

 

Deixando de lado todas as polêmicas envolvidas com o filme, vamos admitir que isso é legal pra caramba. Exemplos de títulos brasileiros que foram indicados anteriormente foram Cidade de Deus e Central do Brasil. Entretanto, nosso país só levou o prêmio para casa uma vez, no ido ano de 1985 com O Beijo da Mulher Aranha.

 

Agora deixa eu contar para você porque é muito bom ver o Brasil representado nesse prêmio. Por muitos motivos, o cinema nacional não tem tido a visibilidade que merece aqui nos EUA, e ainda somos muito relacionados a temáticas de violência e estereótipos tropicais. A associação e reconhecimento do nosso país com filmes como Tropa de Elite e Carandiru ainda é muito forte (o que não tira o mérito deles, são excelentes). Mas acontece que somos uma cultura muito rica e nossas histórias a contar vão muito além dessas.

 

Aquarius, por exemplo, se passa no Recife, não tem guerra em favela e nem mulher sambando, mas tem Clara, uma das protagonistas mais fortes dos últimos tempos brilhantemente interpretada por Sônia Braga. Foi ela mesma aliás, que me deu a ideia para esse texto, ao cruzar comigo no vestiário da academia (da série de coisas que só acontecem em NY).

 

Esse ano então estamos tendo a grande oportunidade de mostrar um pouco mais do Brasil para os Estados Unidos e por que não, para o mundo. Imagina só se a gente ganha, o quanto isso não abriria a porta para mais histórias que valem a pena ser contadas. Vai me dizer se não vale a torcida?

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