A escritora Rupi Kaur, nascida na Índia e criada no Canadá, se tornou um fenômeno no último ano. Rupi cresceu isolada de amigos, cercada por livros, por ter imigrado tão cedo e sem falar inglês. Talvez devido a isso tenha tido tempo de ficar a cara a cara com o lado mais obscuro e difícil de ser humana, e isso se manifesta em sua obra. Ela aborda de forma franca, aberta e crua temas íntimos e universais às mulheres, como amor, perda, trauma, abuso, feminilidade e sobrevivência nos seus poemas, que ganharam notoriedade no Instagram.
A escritora e ilustradora publicou seu primeiro livro de poesia, milk and honey (lançado no Brasil como outros jeitos de usar a boca), de forma independente em 2014. “outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles”. Desde então, foi publicada por uma editora, e apareceu na lista de bestsellers do New York Times todas as semanas, por mais de um ano. Kaur teve seu livro traduzido em mais de trinta idiomas. Assinou um contrato para um segundo livro. Apesar de todos esses feitos, foi apenas este ano que ela conseguiu se dizer uma escritora. (ver: síndrome do impostor)
Ela lança seu segundo livro, the sun and her flowers, em outubro deste ano. O The Guardian disse que ela forjou uma carreira abrindo espaço nos lugares onde ela era menos esperada – seja na lista de bestsellers do NYT ou desafiando o olhar das mídias sociais sobre menstruação (Rupi teve sua foto com a calça manchada de sangue suspensa duas vezes pela plataforma).
Através de seus escritos, Kaur celebra a união entre as mulheres e a noção de que uma mulher nasce sendo tudo o que precisa ser – o mundo é que nos convence de que somos incompletas.