Todos os seres humanos sonham – isto é fato científico comprovado. Ainda que a maioria das pessoas esqueça aquilo que sonhou, todo mundo sonha. Mas nem todo mundo sonha igual.
A pesquisa da psicóloga Eva Murzyn, da Universidade de Dundee, Reino Unido, procurou analisar quais eram as cores predominantes nos sonhos e porque isso mudava de pessoa para pessoa. O ponto de partida para analisar essa questão foram estudos de 1915 a 1950 que sugeriam que a maioria dos sonhos, antigamente, eram em preto e branco (cerca de 75%), mas a tendência mudou nos anos 1960, quando 83% das pessoas afirmavam sonhar colorido. Como esse período marcou a transição das TV em preto e branco para a TV em cores, uma forte suspeita de que a mídia estava pautando os sonhos das pessoas surgiu.
Concluiu-se então que a televisão pode mesmo afetar nosso cérebro de formas inesperadas – e maiores do que imaginamos.
Através desse estudo, foi descoberto que apenas 12% da população mundial sonha em preto e branco, como se estivesse em um filme antigo. Coincidentemente (ou não), pessoas com no máximo 25 anos de idade responderam à pesquisa que “quase nunca” sonhavam em preto e branco. Já as pessoas com 55 anos ou mais, que tiveram contato com a televisão em preto e branco quando eram crianças, disseram sonhar sem cores cerca de 25% do tempo – ou seja, mesmo com o passar dos anos, as cores da televisão as quais cada um foi exposto segue afetando os sonhos.
A pesquisa afirmou ainda que, mesmo com poucas horas por dia assistindo à TV ou a filmes, o envolvimento e a atenção emocional das pessoas estariam elevados durante esses momentos, marcando suas mentes de forma profunda e, consequentemente, seus futuros sonhos.
Apesar disso, a psicóloga afirmou ainda que é impossível garantir com 100% de certeza que os sonhos são mesmo em preto e branco ou se a exposição aos conteúdos audiovisuais pode alterar a maneira com a qual a mente reconstrói os sonhos assim que acordamos. Vai saber…