TRILHA DO POST
[dropcap size=big]P[/dropcap]ara começar falar sobre a quarta dimensão, precisamos primeiro pensar em suas implicações físicas.
As 3 dimensões que nossos olhos conseguem perceber são largura, altura e profundidade. X, Y e Z para os mais íntimos. Uma quarta dimensão seria uma projeção ortogonal à terceira, algo que não conseguimos ver, temos habilidade apenas para perceber 3 dimensões.Ou seja, a quarta dimensão é a direção no espaço que está em ângulo reto com estas três dimensões observáveis.
Mas, então, existe uma quarta dimensão? (4D não tem nada a ver com isso)
Existe uma representação gráfica, e digo até teórica, que se chama Hipercubo, ou Tesseract (não necessariamente aquele do filme da Marvel). Digo representação visual, pois até esta permeia as nossas 3 dimensões.
Existe um vídeo antigo do Carl Sagan, que explica forma bastante didática, e ainda faz sua cabeça explodir.
https://www.youtube.com/watch?v=WMZNLy0hGEI
Gosto também desse gif, ele mostra de uma maneira legal as dimensões até chegar a quarta.
https://giphy.com/gifs/line-cube-shapes-2WUkAVDzuQbUA
E se você quiser aprender a desenhar um, veja essa aula do Professor Zap
Quem também gostava muito do conceito do hipercubo, era Salvador Dalí. Parece que ele se inspirava muito na física e na matemática para desenvolver seus trabalhos. É aquela velha máxima que, você deve aprender a construir para poder desconstruir, ou destruir.
Ele criou essa não tão conhecida representação da famosa passagem bíblica, chamada Crucifixion (Corpus Hypercubus), porém, desconstruída. E ao invés da cruz, usa o próprio hipercubo como instrumento de tortura. Ou não, pois nessa versão, Jesus parece apenas flutuar serenamente.
Crucifixion (Corpus Hypercubus) – Salvador Dalí
Tanto o surrealismo, quanto o cubismo beberam na teoria da quarta dimensão.
O quadro Les demoiselles d’Avignon é certamente uma das obras mais revolucionárias de Picasso. A tela e representa um dos momentos mais importantes da arte do século XX e é considerada como o nascimento do cubismo. Dizem que Picasso levou anos planejando essa pintura e nove meses para executá-la, e que seus cadernos de desenho eram recheados de teorias físicas e matemáticas.
Les demoiselles d’Avignon – Pablo Picasso
Como referência e entretenimento, temos também a série de filmes canadenses CUBE, são 3 filmes, que são interessantes para derreter sua cabeça se observá-los sob o ponto de vista matemático, principalmente o 2, hypercube.
Já Einstein, que criou a revolucionária teoria da relatividade a pouco mais de 100 anos, coloca o tempo como mais uma direção no espaço. É mais ou menos como, da forma mais simplória que consigo exemplificar, quando você usa o tempo para definir uma distância, estou a 30 minutos de você.
Para medir o tempo, os humanos desenvolveram várias técnicas com o passar do tempo, do relógio de sol, passando pelo de areia, de água, entre outros. O mais preciso e o atual é o relógio atômico, que conta o tempo medindo as trocas de energia dos átomos de metal césio… será que se colocar um relógio atômico em marte, terá o mesmo resultado?
Um dos grandes estudos do século se o tempo pode ser elástico. É mais ou menos aquilo que vemos no filme Interstellar do Christopher Nolan, onde o tempo se passa de forma diferente, em gravidades diferentes. Onde uma dimensão pode alterar a outra.
Einstein também falava também em conceitos de 5 dimensão, pois para ele, a quarta é o espaço-tempo. Pelo que consigo compreender, ele pega o espaço-tempo e dobra ele, criando uma quinta.
Acredito que seja um pouco do que cientistas conseguiram “escutar” recentemente, e parece que confirmaram a existência das ondas gravitacionais.
Aqui temos uma animação simples e didática que fala um pouco sobre isso:
Gosto muito de pensar no tempo como uma dimensão, mais ou menos como a Lucy explica pra gente. E se isso deixou o Morgan Freeman perplexo, eu também fico.
Tempo é o que legitima nossa existência.
Mesmo com uma alta dose de abstração e surrealismo, é difícil de absorver isso.
https://giphy.com/gifs/mind-seinfeild-OK27wINdQS5YQ
Adorei seu artigo! Muito bem escrito!