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“Você invadiu meu espaço pessoal”: a distância interpessoal confortável

Estudo em 42 países classifica "culturas de contato" e "culturas de não-contato"

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Uma das normas sociais interessantes de se observar é o conhecido “espaço pessoal” ou “distância interpessoal” (em algumas disciplinas também chamada de CID: Comfortable Interpersonal Distance), uma área abstrata que serve para regular a intimidade em situações sociais através de maior ou menor exposição aos estímulos sensoriais. Quanto mais próximo de alguém, maior a possibilidade de estímulo visual, tátil, auditivo e olfativo, o que pode deixar as pessoas desconfortáveis ou invadidas.

Hall (1966) classificou a distância interpessoal em 4 tipos: Distância pública, Distância social (durante interações sociais formais, como reuniões, jantares de negócios), Distância pessoal (na interação com amigos) e Distância íntima (pessoas com quem temos um relacionamento próximo). Estes tipos podem ser influenciados pela idade, gênero, local onde a interação acontece e até mesmo a temperatura do local.

A cultura também tem um papel fundamental na proximidade ou distanciamento entre as pessoas. Foi aí que a Dra. Agnieszka Sorokowska, da Universidade de Vratislávia, na Polônia, coordenou um estudo em 42 países com 79 pesquisadores (!) e 8.943 entrevistados para entender como diferentes culturas nestes países interpretam esta questão de “espaço pessoal”, classificando-as entre “culturas de contato” (América do Sul, Oriente Médio, Sul da Europa) e “culturas de não-contato” (Norte da Europa, América do Norte, Ásia).

Neste estudo, os pesquisadores adaptaram a classificação de Hall para identificar três tipos de indivíduos: (1) estranhos (pessoas que não conhecemos e com as quais não temos vínculo), (2) conhecidos (há convivência porém baixo ou nenhum vínculo emocional) e de (3) relacionamento próximo.

Além disso, o estudo fez um ranking dos 42 países para cada um destes cenários, chegando também a algumas conclusões interessantes, muitas delas popularmente sabidas pela vivência, mas, agora, comprovadas cientificamente e com a comparação de todos estes países.

Dentre os países pesquisados, os três que mantém maior distância com relação a “estranhos” são Romênia, Hungria e Arábia Saudita; no outro lado, os que mantém distância mais próximas de desconhecidos são Argentina, Peru e Bulgária. Com pessoas com quem temos relacionamentos íntimos, os que aceitam maior proximidade são Coréia do Sul, Ucrânia e Argentina, enquanto os que ainda mantém certa distância, Arábia Saudita, Hungria e Croácia. Entre amigos, ‘fique longe’ dos que são da Hungria, Arábia Saudita e Uganda e pode ‘chegar mais’ nos da Argentina, Peru e Sérvia. O Brasil, curiosamente, tem uma posição mediana na pesquisa nas três categorias.

Caso você queira saber um pouco mais e ver a classificação dos 42 países, o estudo completo pode ser baixado aqui.

 

 

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Written by
JC Rodrigues -

Entusiasta e Pesquisador sobre modulação da percepção de realidade; de forma retórica (storytelling), psicológica (psicologia comportamental) ou tecnológica (tecnologias digitais/virtuais de imersão).

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