Estamos acostumados a ver Robôs como força operacional automatizada em nosso cotidiano e a exploração de uma sensibilidade possível na relação homem-máquina é pauta que somente pela expressão artística poderíamos alcançar. Foi nesta linha da sensibilidade que Huang Yi, coreógrafo, dançarino e inventor explora, de forma incrível, esta relação.
O artista tem em seu trabalho a parceria homem-máquina como voz de sua expressão e aqui, conceitualizou e programou um dueto de dança com um braço mecânico que primariamente é utilizado na indústria. Ao fazer isso, ele desconstrói nossa percepção sobre objeto e objetivo, quase brincando com o argumento de design emocional de Donald Norman. Vestindo essa “parceria” artística com a delicadeza de movimentos que apenas seres humanos são capazes de articular, empresta à máquina uma releitura sobre sua condição operária, ainda que controlada, desenhando um estranha apreciação da personalidade e leveza que nos faz refletir se o uncanny valley é mais sobre a criação do relacionamento do que sobre a mimese humana, principalmente ao final da apresentação na emocionante “troca de olhares” embalada pela ambientação musical do concertista Joshua Roman.
Aplausos.