Quem andar pelas ruas de Toulouse, na França, pode se deparar com um Minotauro, criatura mítica grega que é metade touro e metade homem, ou ainda com Ariane, uma aranha gigante, dormindo ou andando livremente pela cidade.
A intervenção é de responsabilidade de François Delarozière, diretor artístico e principal força criativa por trás da La Machine, companhia de teatro que trabalha com técnicos e designers para fabricar essas criaturas mecânicas em grande escala.
Juntos, Minotauro e Ariane, a aranha fazem parte de um espetáculo, “O Guardião do Templo”.
Apresentações públicas nesse sentido são a especialidade da companhia, que pratica uma espécie de teatro imersivo/interativo. Segundo o diretor, o objetivo é fazer com que a cidade e seus moradores façam parte das obras de arte, transformando assim toda a cidade em um lugar de teatro.
O Minotauro foi batizado de Astérion e, ao chegar em Toulouse, lentamente percorreu as ruas enquanto era percebido pelas pessoas. Depois, foi transportado para a praça que fica em frente ao edifício que abriga a administração da cidade. Astérion é feito de madeira de pinheiro e metal sem pintura e foi construído da forma mais realista possível – perto dele, é possível até ouvir sua respiração e o barulho do seu caminhar. Seus movimentos, incluindo o de respirar, são coordenados por 16 técnicos. Sua chegada constitui o ato 1 da peça e foi acompanhada por um elenco de atores, cantores de ópera e músicos.
Ao anoitecer, foi a vez de Ariane, a aranha, despertar. Ela estava posicionada no topo do Hotel Dieu. Após as apresentações, Ariane e Astérion ocuparão um espaço dentro de uma exposição recém-inaugurada em Toulouse.
Em trabalhos anteriores, a La Machine já exibiu um dragão chinês em Pequim (ah, que original, rs) e levou a aranha para outros destinos, como Liverpool, na Inglaterra, e Ottawa, no Canadá.
No YouTube da Companhia, é possível assistir ao processo artesanal por trás da construção das criaturas e entender como funcionam suas movimentações.