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Tendências de consumo em 2022

Desdobramentos que partem da renovada importância dos domicílios como núcleos de consumo e produção de riqueza. 

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O que esperar de um novo ano em que:

  • A pandemia insiste em continuar
  • O cenário econômico aponta para juros altos, inflação e menos renda
  • O plano político fica ainda mais balançado pelas eleições

Oportunidades em meio a esse ambiente

Donas da casa

A crescente importância da participação das mulheres na renda familiar pressiona a demanda por produtos e serviços ligados a cuidados com o domicílio, como limpeza, manutenção, segurança, lavanderia, alimentação, até creches ou escolas com período integral.

Foto profissional grátis de animal, animal de estimação, bonitinho

Bairros emergentes 

O processo de crescimento das cidades é muito desigual, criando lugares ideais enquanto falta tudo a outros. Os lugares ideais são tipicamente as regiões centrais e os bairros nobres, já conhecidos e valorizados. 

A crise econômica se arrasta desde 2014, entre previsões de recessão, depressão, estagflação, vivemos há alguns anos com baixos investimentos. 

Essa crônica falta de investimentos faz com que alguns lugares se deteriorem e limita a renovação e o desenvolvimento de novos espaços urbanos. 

Restam os demais bairros, que por serem mais estruturados, absorver a demanda. 

Com isso, passam a ser disputados, atraindo as famílias que podem pagar mais e se valorizando. 

Os bairros emergentes são aqueles mais populares, ainda assim menos afetados pela criminalidade, falta de saneamento, calçamento, iluminação ou problemas de acessibilidade. 

Mercados de Garagem

A famosa foto das garagens onde começaram grandes empresas vai ganhar um sentido renovado. 

Robbie Leukam auf Twitter: "Where it all began #Apple #Google #Amazon  #Disney #Harley #Mattel #DreamBig #success #motivation #successstories  https://t.co/ZqwlsI2OZn" / Twitter

A busca por renda extra vai levar muita gente a repensar o uso daquele quartinho nos fundo de casa. Esse espaço tem tudo para virar um novo negócio

Estocar produtos para venda era uma atividade para comerciantes profissionais, como supermercados, açougues e depósitos de bebidas. 

Imagine uma rede descentralizada de varejos de garagem.

Agora é possível se especializar em uma categoria, um nicho de produtos de médio a alto valor, formar um pequeno estoque em casa e realizar vendas nos bairros próximos por meio de grupos de Whatsapp usando aplicativos como o Kyte.

O segredo aqui é deixar os produtos perecíveis para os profissionais e focar em artigos que possam ficar estocados por mais tempo, uma vez que o ciclo de vendas das garagens é diferente, com menos recursos para promoções ou vendas por impulso.

Comida como artigo especializado

A picanha ficou entre os produtos mais procurados na Black Friday, acompanhada do pote de Nutella. 

Começaremos a ver comércios que eram ligados aos alimentos do dia a dia passarem a se especializar em artigos mais caros.

Se antes tínhamos os mercados comuns vendendo de tudo e, na outra ponta, os de artigos finos trabalhando itens mais sofisticados, agora deve surgir uma categoria do meio onde serão oferecidos os itens mais caros dos mercados comuns. 

American Barbecue

O isolamento e o distanciamento social levou as famílias a olharem para suas casas de uma nova forma. ‍Houve um boom de reformas, muitas incluíram ampliações e melhorias nas áreas de lazer. 

Diante do cenário de reabertura, mesmo quem retomou as saídas pôde descobrir que agora têm um espaço muito bom em suas casas e que pode ser mais aproveitado. 

Hambúrger, espetinhos, salsichões e miúdos entram no cardápio de assados, como também fazem nossos hermanos argentinos.

Essa mudança de hábitos cria um espaço de mercado onde é possível se diferenciar com um toque artesanal.

Mas lembre-se de contribuir com a sua parte para ser convidado para os eventos seguintes.

Bifes E Salsichas No Espeto Na Grelha

Home office ou quarto do bebê

A taxa de natalidade já vinha caindo.

Medos ligados à pandemia e à situação econômica deixam possíveis pais apreensivos o suficiente para adiar novamente ou mesmo desistir da ideia de ter filhos.

Some-se a onda de divórcios e chegamos ao inverno demográfico

Ter filhos significa mais despesas e menos disponibilidade para o trabalho. Por isso, cresce a preferência pelo arranjo familiar em que os dois trabalham e não têm filhos.

A dupla renda com menos gastos ligados aos filhos permite que esse grupo atravesse a crise com menos sobressaltos. 

O amor continua no ar, mas afetividade que iria para as crianças é redirecionada para os pets, mercado que continua se expandindo

Alguns casais ainda planejam ter filhos, mas preferem adiá-los enquanto consolidam suas carreiras, investem em um imóvel próprio ou vão em busca de viagens e sonhos de consumo. Recursos como congelamento de óvulos mantém essa opção em aberto.  

Mudanças no mercado de trabalho pós-pandemia

Mesmo com empresas alegando que pretendem adotar um modelo híbrido, com eventuais idas ao escritório, isso é uma solução parcial para uma tendência que se consolida. 

Mais pessoas vão trabalhar de casa ou de bem perto delas.

O primeiro passo foi quando tudo fechou e as empresas colocaram seus funcionários para trabalhar de casa. 

O segundo movimento vem das contratações já em regime de home office, quando vagas foram preenchidas por pessoas que vivem em lugares distantes e sequer conseguem ir ao escritório.

O terceiro movimento vem dos setores que sempre tiveram dificuldade em contratar podendo buscar pessoas de qualquer lugar. 

Maslow High-Low

https://www.fatecjales.edu.br/publicacoes/fatecnologia/886-as-reais-necessidades-humanas-e-o-consumismo

A redução na renda das famílias faz com que as necessidades básicas capturem uma proporção maior do consumo. 

O desafio será garantir a moradia, alimentação, higiene, vestuário básico e transporte.

Gastos com lazer, socialização, indulgências ficam em segundo plano ou são substituídos por versões mais em conta.

Como contrapartida, cresce a temática de sustentabilidade, consumo consciente e impacto ambiental.

A realização pessoal que não passa pelo o que se tem, mas por quem se é. 

Novas formas de olhar a renda

Com a renda geral em queda, o maior potencial de consumo estará com as famílias com custo de vida mais equilibrado. 

Muita gente entra no ano de 2022 com dívidas de ciclos anteriores, como parcelamento de veículos, parcelamentos no cartão de crédito, imóveis em aquisição ou altos aluguéis.

As famílias que residem em domicílios próprios já quitados, sem dívidas de consumo terão vantagens neste cenário. 

Uma nova classe de consumidores ganha importância em função da liberdade de usos que podem dar à sua renda, o que os economistas chamam de renda discricionária

A redução no poder aquisitivo também implica num foco ainda maior nas áreas com mais densidade de famílias. Comércios que atuam em áreas desse tipo poderão sustentar melhor sua posição de mercado.

Mapa da Mapfry mostrando domicílios por condição de aquisição.
Mapa da Mapfry mostrando áreas com maior densidade de renda.

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