Em marketing, nem sempre estar no melhor lugar possível significa estar no lugar certo.
Na semana passada, no ATP de Delray Beach, na Florida, uma ativação colocou carrões da BMW literalmente dentro da quadra de tênis, no canto superior esquerdo das transmissões, espaço praticamente impossível do produto não ser percebido. E o maior erro foi justamente esse. Nas quartas de final, partida entre os americanos Stefan Kozlov e Tommy Paul, uma das bolas foi tão no canto que Koslov bateu com a raquete no carro ao tentar salvá-la, perdendo o ponto e por muito pouco não perdendo também a paciência para, aí sim, descer o instrumento na lataria.
O atleta perdeu a partida e, com o vídeo correndo a internet, a comunidade do tênis começou a questionar seriamente a presença de um objeto estranho e daquele tamanho em uma parte totalmente utilizável da quadra. O suficiente para o atual nº 2 do mundo, Daniil Medvedev, brincar com o ocorrido, na única menção “positiva” frente ao caso, tuitando: “Não acerte a BMW. É meu carro favorito!” – claro que não por acaso, já que o atleta é embaixador da marca.
A lição é simples: não é porque alguém disse que sua marca ou produto PODE estar em algum lugar que ele DEVA estar, por mais incrível que a “oportunidade” possa parecer. Erro grosseiro da organização do evento em cogitar uma intervenção dessas, que fere o próprio esporte e o desempenho dos atletas em prol de uma ação comercial, e do time da BMW em não ter o mínimo discernimento de que estaria não apoiando, mas atrapalhando o jogo.
Na comunicação, TUDO tem a ver com contexto e bom senso. E esse caso prova definitivamente que, assim como no tênis (e com o perdão do trocadilho) não adianta só ter uma bela sacada.
Que absurdo! 😅