Em dezembro de 2020, eu tava no Rio quando começava a pesquisar sobre idadismo pra roteirizar uma áudio série sobre intolerância. Entrei na Livraria da Travessa de Ipanema e perguntei ao vendedor se havia algum livro sobre etarismo. Após uma consulta rápida, ele me respondeu que não existia nada com essa palavra no título. Então, sugeri uma busca por “ageísmo”. Nada. “Você pode tentar então idadismo?” — arrisquei, já com quase zero esperança. O vendedor: “O que significa isso?”. Respondi: “Na verdade, essas três palavras são sinônimas e significam a discriminação baseada na idade cronológica”. Uma nova busca. Opa, agora ele tinha achado. Só havia uma publicação sobre idadismo no sistema da livraria, o que era pouco, mas melhor que nada.
Aquela rápida visita teve certo valor didático pra mim. Se, apesar da presença constante dessa forma de discriminação no cotidiano, aquele homem nunca tinha ouvido falar dos três termos, e se a oferta de obras em português a respeito do tema era tão escassa, o idadismo era um tema que realmente precisava ser mais discutido. Até porque ninguém — absolutamente ninguém — está ficando mais novo a cada dia (ok, isso só não vale pra Bruna Lombardi).
Este texto tem como fundamento o livro Idadismo: Um mal universal pouco percebido (que comprei naquela ida à livraria), do médico e professor Egidio Lima Dórea, além de alguns artigos científicos que tratam do idadismo e do processo de envelhecimento.
Conceito de idadismo
O psiquiatra e geriatra Robert Butler diz que “é irônico que ao mesmo tempo em que começa a ocorrer, para a maioria, um desdobramento do seu inteiro ciclo de vida, continuemos embebidos em nossa cultura de ter medo de envelhecer, manifestada por estereótipos e linguagens negativas que diminuem a verdadeira natureza desse processo, a sua complexidade e a sua tremenda variedade” (Dórea, 2020, p. 11).
De acordo com Dórea (2020), Butler cunhou o termo “ageism” em 1969, ao presenciar o movimento de moradores do bairro de Chevy Chase, em Washington, contra a transformação de um complexo de apartamentos em moradias populares para idosos de baixa renda. A palavra, cuja raiz é “age” (idade), pode ser traduzida como ageísmo, idadismo, etarismo, idosismo ou ainda velhismo. Neste texto, assim como Dórea, optei pela tradução “idadismo”, que significa “discriminar ou criar estereótipos, em geral negativos, para um indivíduo ou grupo de pessoas, baseado na idade cronológica” (Dórea, 2020, p. 11).
O idadismo é um preconceito decorrente da ignorância de um ser humano em relação a outro. Isso porque, em termos subjetivos, uma pessoa não deixa de ser homem ou mulher só por ser mais velha biologicamente (Dórea, 2020).
Essa atitude de intolerância e discriminação com base na idade parece ignorar — ou talvez, no fundo, ela intua — o fato de que todos estamos sujeitos ao domínio de Cronos, o velho deus que engole os próprios filhos.
O idadismo ao longo da história
O envelhecimento é um fenômeno natural e universal, mas a visão e a representação da velhice são culturalmente determinadas. Por esse motivo, observar como diferentes sociedades, em diferentes tempos e latitudes, relacionaram-se e se relacionam com o envelhecimento traz alguns insights interessantes para compreender o idadismo. No seu livro, o professor Egidio Dórea recupera as pegadas históricas dessa forma de discriminação, como veremos a seguir.
Apesar de a palavra idadismo só ter surgido no século 20, o comportamento descrito por ela existe pelo menos desde a Pré-História. Ainda no Neolítico, indivíduos de mais idade que já não contribuíam pra comunidade eram desprezados, e muitas vezes eram largados à própria sorte até morrerem.
Na China antiga, de modo contrário ao Ocidente, os idosos eram valorizados devido à sua sabedoria, definindo comportamentos e sendo vistos como a forma suprema da vida.
Já na Grécia antiga, “a velhice era associada a sabedoria, experiência, arte da palavra e autoridade. Sobretudo quando a propriedade foi garantida pela lei e institucionalizada” (Dórea, 2020). Isso porque, como os idosos proprietários eram o grupo mais rico da sociedade, o seu respaldo era proporcional ao seu poder econômico. Quando a Grécia fez a transição para o regime democrático, os idosos perderam parte do seu prestígio, ainda que continuassem em posições de poder nos juizados, por exemplo. E tanto a arte quanto a filosofia gregas espelharam essas visões diferentes — e até contraditórias — em relação à velhice. Na literatura, o idoso deixou de ser o personagem principal e respeitado das tragédias para ser objeto de zombaria e desprezo nas comédias. E enquanto na filosofia platônica a velhice era associada ao conhecimento acumulado e à expressão da alma, na filosofia aristotélica, que concebia corpo e alma como inseparáveis, a decadência física indicava necessariamente o declínio da alma. De acordo com essa segunda visão, a experiência vivida era uma desvantagem, e não um atributo do qual se orgulhar.
Na Roma oligárquica, onde a estabilidade e a permanência eram valores, os velhos possuíam poder e prestígio. Eles comandavam a sociedade, compondo o Senado, que criava as regras do império. E os idosos comandavam também na família. Porém, com a queda da oligarquia, o poder se transferiu ao exército e aos jovens, por conta do seu vigor físico. E, assim como ocorreu na Grécia, os idosos romanos perderam influência tanto no Estado quanto no ambiente familiar.
E então chega a idade Idade Média, quando a valorização do adulto jovem e o desprezo ao velho continuaram nas sociedades feudais. Isso porque a capacidade de combater e de defender a propriedade privada estava acima de tudo, o que mais uma vez favorecia os jovens.
No final da Idade Média, quando a burguesia passou a comandar a cena econômica, a propriedade passou a ser defendida por contratos, e não mais pela força. Desse modo, o idoso que tivesse conseguido acumular riquezas ao longo da vida era respeitado. Mas a velhice em si era vista como uma antessala da morte, não sendo portanto valorizada.
A visão do trabalho duro como o valor por excelência foi dominante no século 17, então quem não trabalhava não era digno de respeito. Mais uma vez, os velhos foram relegados ao ostracismo. Poder, propriedade e riqueza continuavam sendo objetos de desejo, mas a velhice não. Vale notar que nessa época a expectativa de vida ficava em torno de 30 a 40 anos.
No século 18, a longevidade aumentou, em especial entre as classes mais ricas. Os indivíduos que não possuíam autonomia econômica, como miseráveis e idosos, passaram a ser considerados responsabilidade da sociedade. Os idosos ricos eram bem vistos não apenas pela sua riqueza, mas também pelo seu papel e contribuição durante toda uma vida.
Um fato demográfico relevante marcou o século 19: o grande crescimento populacional da Europa, com um consequente aumento do número de idosos. Mas três fatores fizeram com que a vida das pessoas velhas não melhorasse: a revolução industrial, o êxodo rural e o surgimento do proletariado. Foi nessa época que surgiram as primeiras leis de proteção aos idosos. “Filhos teriam, após a partilha de bens, a obrigatoriedade de prover um subsídio para a sobrevivência dos pais” (Dórea, 2020, p. 19). E então as pessoas criaram formas de fugir dessa obrigação, incluindo aí o parricídio — isso mesmo, o sujeito matava o pai, a mãe ou os avós e seguia a vida. Mais uma vez, o idoso só era respeitado, se tivesse dinheiro — inclusive dentro da própria família.
No século 20, houve a consolidação de uma sociedade produtivista, tecnocrática e baseada na obsolescência rápida e programada — obsolescência inclusive das pessoas, como se ela fossem coisas. A experiência novamente passou a ser desvalorizada, e o envelhecimento, que em momentos históricos anteriores havia sido sinônimo de acúmulo de conhecimento, passou a ser considerado um sinal de desatualização. Não à toa, de saída, “novo” quase sempre parece um atributo positivo, enquanto “velho” ou “antigo” soa como depreciação ou xingamento — isso valendo para quase tudo, de celulares, carros e hits musicais a… pessoas.
Idadismo hoje
Antes de falarmos das ditas sociedades ocidentais modernas do século 21, vamos observar um pouco o papel do idoso em algumas sociedades tradicionais que conseguiram sobreviver até aqui.
Mercadante (1998, p. 25) nos lembra que “a Antropologia, nos estudos que realiza sobre as sociedades tradicionais, revela que a concepção cronológica, própria do pensamento ocidental, não está presente na maioria das sociedades tradicionais. Na verdade, o que orienta as ações dos indivíduos nas sociedades tribais não são datações detalhadas, mas a concepção do nível de maturidade dos indivíduos. Assim sendo, nível de maturidade implica não somente uma avaliação biológica das pessoas, mas também das atividades econômicas, sociais, políticas e religiosas que esses mesmos indivíduos, classificados em um determinado nível de maturidade, podem e devem realizar”.
Entre os Guarani-Mbyá, indígenas que ocupam diversos estados do Sul e Sudeste brasileiros, a idade cronológica aparentemente não é decisiva para se obter o estatuto de idoso. Porém, ter mais idade do que a maioria implica ter vivido mais e saber mais; significa sobretudo ter mais conhecimentos espirituais — como mitos, rituais, hábitos e costumes —, o que possibilita a transmissão e a consequente preservação dos costumes e tradições daquela sociedade. Entre esses povos indígenas, os sábios mais velhos têm função de destaque e ocupam um espaço privilegiado na comunidade e na família. Assim, a pessoa mais velha tem um papel importantíssimo no trabalho de asseguramento ou garantia de transmissão da tradição, o que, por sua vez, está ligado a “ser Guarani-Mbyá” (Marques et al., 2015).
Esse aspecto se relaciona à tradição linguística oral dos Guarani-Mbyá, muito embora hoje eles possuam idioma escrito. Os mais velhos, por meio de relatos sobre o passado, são transmissores da herança cultural daquele povo. Isso torna o idoso essencial para a expansão idiomática e para a preservação da cultura em questão. É possível pensar que, aparentemente, quanto mais dependente da oralidade é uma cultura, maior a importância social dos idosos, já que eles são por excelência os responsáveis pela transmissão do conhecimento e, em última análise, pela própria sobrevivência daquela sociedade. Por outro lado, em culturas como a nossa, em que o conhecimento é transmitido prioritariamente pelo registro escrito, a importância da transmissão oral — e consequentemente, das pessoas mais velhas e mais sábias — parece diminuir (Marques et al., 2015).
Já nas sociedades ocidentais ditas “civilizadas” (aspas gigantes aqui, por favor), podemos constatar que o idadismo é algo tão comum, que, assim como outras formas de discriminação, chega a parecer “natural”. Bem diferente daquela imagem de um idoso potente pelo acúmulo de conhecimento e sabedoria, a caricatura do idoso em nossa cultura junta as ideias de perda, incapacidade, depressão, avareza, improdutividade, demência, doença, enfim, o limite da condição humana.
E envelhecer é algo tão assustador para a maioria de nós, que todos os anos a indústria cosmética lança um sem-número de produtos anti-idade, embora eu desconfie que o único produto anti-idade mesmo seja a morte. Aliás, o escritor Luis Fernando Veríssimo, falando sobre envelhecimento, faz uma observação que diz isso nos termos geniais que o caracterizam: “Envelhecer é chato, mas consolemo-nos: a alternativa é pior”.
Em 2016, um estudo da OMS concluiu que o idadismo é um fenômeno disseminado e que, ao contrário de outras formas de discriminação — como o racismo, o machismo e a homofobia —, ele é socialmente aceito, fortemente institucionalizado e não confrontado (Dórea, 2020).
E várias pesquisas têm dado conta da atual universalidade do idadismo, tanto em sociedades mais individualistas, quanto em culturas mais coletivistas conhecidas por tradicionalmente valorizarem o idoso, como a China e o Japão. Hoje, seria possível dizer que o Sol nunca se põe no império do idadismo.
Os estereótipos negativos e as práticas discriminatórias contra pessoas mais velhas aumentaram em função de fatores como: 1) desenvolvimento tecnológico e perda do papel do idoso como detentor do conhecimento; 2) crescimento da população idosa e um possível aumento dos encargos de saúde; 3) associação entre morte e idade avançada; e 4) finalmente, as aposentadorias, com a saída dos idosos das posições de prestígio social (Dórea, 2020).
Níveis de idadismo
Segundo Dórea (2020), assim como outras formas de discriminação e intolerância, o idadismo pode se manifestar em vários níveis, e, em geral, o desconhecimento, a ansiedade e o medo, originados pela falta de conhecimento, estão presentes em cada um desses níveis. No caso do idadismo, o autor indica três tipos: individual, interpessoal e institucional.
O idadismo começa no plano individual. Alguns estudos indicam que desde cedo somos expostos a imagens e descrições negativas do processo de envelhecimento (Dórea, 2020). Quem, quando criança, nunca ouviu alguém vendo um ator famoso na tv e comentando: “Esse cara era lindo! Agora que envelheceu, tá horrível”. Ou outro comentário ainda mais comum: “Nossa, essa mulher era uma das mais bonitas do Brasil… Como ela tá velha!”. As crianças desenvolvem estereótipos negativos sobre os idosos por volta dos seis anos, época em que também se desenvolvem os estereótipos sobre raça e gênero (Dórea, 2020). Muito cedo, contos de fadas, filmes e propagandas costumam nos mostrar um idoso abandonado, frágil e reclamão, e nós recebemos essas imagens sem questioná-las. Os especialistas chamam isso de “acordos cognitivos prematuros”.
Existe ainda o fato de que o envelhecimento é visto por crianças e adolescentes como algo de um reino muito muito distante e que acontece de uma forma bastante lenta, portanto, sem nenhuma relação com o presente e o futuro. E ainda bem que a velhice está longe e vem devagar, pensamos, já que queremos mesmo distância do nosso “eu” velho, símbolo de incapacidade, exclusão social e morte. Simone de Beauvoir (2018) tem uma reflexão interessante que fala sobre isso: “(…) não é num instante que ficamos velhos: quando jovens, ou na força da idade, não pensamos, como Buda, que já somos habitados pela nossa futura velhice: ela está separada de nós por um tempo tão longo, que, aos nossos olhos, confunde-se com a eternidade; este futuro longínquo nos parece irreal”.
Os vários clichês implícitos sobre a velhice estão presentes nas mais diversas faixas etárias, pois tanto jovens quanto idosos têm uma visão mais negativa do idoso e mais positiva do jovem. O professor Egidio alerta para o fato de que isso é diferente do comportamento de outros grupos que também são vítimas de preconceito e discriminação, como judeus, mulheres, negros e homossexuais, que tendem a ter percepções mais positivas do grupo ao qual pertencem. Os estereótipos negativos sobre o envelhecimento são criados, mantidos e fortalecidos desde cedo e de modo contínuo nas nossas vidas, daí a sua persistência.
O segundo nível de idadismo, o interpessoal, está relacionado ao modo como vemos e tratamos o outro que classificamos como idoso. Como, de um modo geral, os idosos são pessoas em relação às quais queremos manter distância, forma-se uma espécie de estigma em torno deles: ou seja, eles são evitados, porque se acredita que a sua presença de algum modo constitui uma ameaça ou um custo financeiro ou social a outros grupos. Um indicativo disso é um relatório sobre políticas públicas realizado em 1990: indivíduos de 18 a 24 anos foram os menos apoiadores de benefícios para os idosos, e os mais preocupados com o fato de que os idosos não estavam contribuindo com uma parcela justa pros seus benefícios (Dórea, 2020).
Por fim, temos o idadismo no nível institucional, que pode ser percebido nas instituições públicas ou privadas que reproduzem práticas preconceituosas e discriminatórias em relação aos idosos. Dados alarmantes sobre fome, insegurança alimentar e desnutrição em idosos, por exemplo, mostram a necessidade de políticas públicas mais efetivas. Na área privada, é comum a dificuldade do idoso de se recolocar, visto que ser jovem é um critério explícito ou implícito de admissão. Sabe aquela coisa de elogiar um profissional dizendo: “Ele é ótimo!, é muito inteligente, competente, é jovem”? Como se a juventude fosse, em si, um atributo positivo e suficiente, sem se levar em conta outras variáveis. Dórea (2020) nos dá dois exemplos de idadismo declarado e que vêm do Vale do Silício, uma das comunidades mais idadistas do mundo: Mark Zuckerberg, do Facebook, afirmou que os jovens são simplesmente mais inteligentes. Já Vinos Khosla, da Sun Microsystems, apesar de ter 65 anos, acha que pessoas acima dos 45 estão praticamente mortas no que diz respeito a novas ideias. No sistema de saúde, de novo o idadismo também deixa suas pegadas. Um estudo sobre discriminação feito em unidades de saúde norte-americanas mostrou que o principal fator de discriminação relatado pelos entrevistados foi a idade, superando raça, sexo e situação financeira.
Egidio Dórea acredita que “à semelhança do que foi definido como modelo de racismo estrutural, podemos pensar em um modelo de idadismo estrutural. Ele se refere a desigualdades históricas e contemporâneas que são perpetuadas pelo sistemas políticos, econômicos e sociais, incluindo sistemas que se reforçam mutuamente, como de saúde, educação, emprego, moradia, mídia e justiça criminal”. Isso tudo resulta em uma variação sistêmica de oportunidades baseadas na idade.
Ou seja, formas de intolerância como o idadismo — mas não só ele — não são efeitos colaterais da forma como vivemos, mas sim elementos que esqueletam essa forma, por isso o uso do termo “estrutural”.
“Espero que a morte me encontre vivo”
Em um mundo no qual o grupo acima dos 85 anos corresponde ao segmento populacional que mais cresce, é essencial que deixemos de considerar o adulto jovem como o protótipo humano, recomenda o professor Egidio. Até porque o nosso direito à vida não diminui à medida que envelhecemos — ou pelo menos não deveria ser assim.
Discutir abertamente o idadismo e tentar diminuir os seus impactos, em última análise se trata de atuar em causa própria, uma vez que, diferentemente de outras formas de intolerância, todos estaremos sujeitos a ele um dia — exceto se morrermos antes, como Veríssimo já nos advertiu.
Simone de Beauvoir (2018) acreditava que a forma como uma sociedade trata os seus idosos é indicativa do seu sucesso ou derrota em termos civilizacionais. Diz a filósofa: “O fato de que um homem nos últimos anos de sua vida não seja mais que um marginalizado evidencia o fracasso de nossa civilização: esta evidência nos deixaria engasgados se considerássemos os velhos como homens, com uma vida atrás de si, e não como cadáveres ambulantes. É concentrando os esforços no destino dos mais desafortunados que se chega a abalar uma sociedade”.
Simone considerava que uma transformação radical se daria no mundo se nós exigíssemos que os homens permanecessem homens — ou seja, seres humanos com dignidade — mesmo em sua idade mais avançada. Eu tenho a impressão de que isso significaria dar a todos a possibilidade de afirmar o que sabiamente escreveu o pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott: “Eu espero que a morte me encontre vivo”.
Só Mais Umas Coisinhas
01. Conheça aqui a áudio série Uma Breve História da Intolerância, citada no início do texto.
02. O episódio “Tempo, o deus que engole os próprios filhos”, do podcast Assim Caminha a Humanidade, reflete sobre as noções de tempo e envelhecimento a partir da Psicologia e da Psicanálise, fazendo pontes entre a mitologia e a cultura pop. Este episódio discute o dinamismo que o tempo cronológico impõe a tudo o que existe e traz diversas perspectivas mitológicas e filosóficas sobre o tempo e sobre o processo de envelhecer. Ouça.
03. No filme Um Senhor Estagiário (2015), Ben Whittaker (Robert De Niro) é um viúvo de 70 anos que descobre que a aposentadoria não é exatamente como imaginava. Buscando uma oportunidade de voltar à ativa, ele se torna estagiário sênior de um site de moda criado e administrado por Jules Ostin (Anne Hathaway). Assista.
04. Ouça, na playlist Tempo, tempo, tempo, mano velho, algumas músicas que refletem sobre o tempo e o processo de envelhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Beauvoir. S. (2018). A velhice [e-book não paginado]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Dórea, E. L. (2020). Idadismo: Um mal universal pouco percebido. São Leopoldo: Editora Unisinos.
Goldani, A. M. (2010). Desafios do preconceito etário no Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/PBGcfLysHXVXtcfbrhJjdbF/?lang=pt#:~:text=Como%20o%20racismo%2C%20o%20preconceito,sa%C3%BAde%20(Butler%2C%201980). [Acesso em 20 de novembro de 2020].
Mercadante, E. (1998). A velhice: Culturas Diversas, temporalidades distintas. Disponível em: https://issuu.com/sescsp/docs/210d4578-a0d5-4fa4-bfd2-ef2dc596923_a43276c128c22f. [Acesso em 20 de novembro de 2020].
Sousa, A. C. S. N., Lodovici, F. M. M., Silveira, N. D. R., & Arantes, R. P. G. (2014). Alguns apontamentos sobre o idadismo: A posição de pessoas idosas diante desse agravo à sua subjetividade. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/RevEnvelhecer/article/view/50435. [Acesso em 21 de novembro de 2020]
Boa, importante e profunda reflexão. Parabéns pelo texto.
Excelente texto!