Os pontos positivos e negativos que poucos comentam sobre o SXSW

O que posso dizer que já não está sendo exaustivamente compartilhado?
Os pontos positivos e negativos que poucos comentam sobre o SXSW Os pontos positivos e negativos que poucos comentam sobre o SXSW

O que eu posso dizer que já não está sendo exaustivamente compartilhado por diversos canais, produtores de conteúdo, etc? Tá fácil encontrar os destaques da palestra da Amy Webb em trocentos lugares ou as tendências em Web3, então não vou ficar repetindo o que já circula por aí.

Na semana que vem eu vou escrever sobre as melhores ideias e insights que vi por aqui e compartilhar mais detalhes sobre as apresentações.

Ainda estamos na metade do festival, mas já deu pra preparar uma listinha do que mais e menos gostei. Não leve a mal, o festival é incrível, mas há muito que as pessoas não falam por aí.

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O que eu gostei até agora 😁

  • A volta de eventos presenciais com tanta gente é um alívio e o alento. Geral sem máscara. Eu ainda não me sinto 100% confortável.
  • Realmente os americanos são excelentes na produção de experiências e serviços. Tudo funciona quase perfeitamente.
  • A cidade e o clima realmente fazem diferença.
  • O line-up é muito diverso e tem de quase tudo pra todos. É quase impossível não encontrar algo que te agrade.
  • Realmente trazem temas relevantes da agenda contemporânea: saúde mental, democracia, big techs (e como lidar com elas), web3 e metaverso, tecnologias imersivas, diversidade e inclusão e por aí vai…
  • Sempre descobrimos surpresas no line-up. Até agora, adorei conhecer a Brené Brown pessoalmente (sua presença não estava prevista) e descobrir a neurocientista Carmen Simon, do livro Impossible To Ignore.
  • Foi muito legal ver que a maior fila do festival foi uma surpresa. Uma hora antes da apresentação, a primeira do dia, haviam centenas de pessoas na expectativa de assistir a uma conversa por zoom com o elenco de TED LASSO. Acho que ninguém esperava uma adesão grande. Há algo de especial nessa série que cativa um espectro enorme de pessoas pelo mundo.
  • Há muitas boas ideias, ótimas intenções e a atitude da maioria do público é aberta e positiva.
  • Nomes que mais gostei pra você procurar por aí:
    • Priya Parker – The Art Of Gathering
    • Scott Galloway – PIVOT
    • Tristan Harris – Center For Humane Technology
    • Brené Brown – Atlas Of The Heart
    • Maria Ressa – Nobel da Paz
  • Vale a pena demais, mas descobri que nas próximas edições, posso participar online e que não faz tanta diferença. É ótimo estar aqui, mas, se for pelo conteúdo, não é necessário e é caro.
  • O festival fica bem mais legal quando você desapega da correria e respeita seu bem estar pra não ficar exausto ou sofrendo de FOMO.

O que eu não gostei

  • O evento é uma espécie de parque temático corporativo e atmosfera foi completamente capturada por empresas e organizações. Por mais que tentem deixá-lo diferentão e informal, não é o que acontece na verdade.
  • Boa parte dos presentes está aqui financiado por suas empresas / organizações. Ou seja, há um certo de desapego pelo investimento. Muitas vezes o foco tá mais no glamour de estar aqui do que no impacto que o conteúdo do evento pode despertar.
  • Há muitos brasileiros por aqui. Muitos mesmo! Vou chutar uns 30% da audiência e eu não sei exatamente o motivo. Fato é que tem muita gente legal, mas a maioria representa um pouco do pior do Brasil: sabe aquela atmosfera do itam? A turminha de Faria-Limers, executiv(e)s da publicidade, bancos de investimento e corporate innovation que dizem frases do tipo: “nas outras edições tinha mais gente bonita” e coisas bem no estilo “Arthur Do Val”. Enfim, lamentável.
  • Mesmo que você tenha a melhor das credenciais, o festival tem uma camada VIP pesada. Ou seja: nem tudo é pra todos. Pelo contrário, quase tudo é exclusivo e só para convidados. Depende de quem você é e com quem está.
  • A maioria das ativações de marca se resumem a: como vc pode comer e beber de graça pela cidade. As empresas até se esforçam na conversão de pessoas através de suas experiências, mas no fundo, ninguém se importa com sua marca, a maioria só se interessa em consumir o que há gratuitamente em um stand e passar ao próximo.
  • Acredito que as pessoas que estão aqui, infelizmente são muito pouco atravessadas pelos conteúdos e fazem menos ainda com isso ao retornar aos seus contextos. Ou seja, são tocadas e vivenciam aqui, mas há pouca absorção e transformação depois. Seria legal fazer uma pesquisa pós, do tipo: E aí? O que você fez com o que viu ou aprendeu no SXSW?
  • A agenda é super mainstream. Não é sobre o futuro, mas sobre o presente e passado recente. Não há nada realmente inovador e disruptivo que já não esteja na agenda global. Se você é uma pessoa relativamente conectada, já conhece e pode encontrar o conteúdo que está aqui em vídeos, podcasts, livros, plataformas aos montes por aí. Senti falta de algumas posições mais arrojadas, corajosas e realmente fora do radar.
  • Há muitas falas contaminadas profundamente por uma agenda de interesses: Jabá patrocinado… daí é meio complicado confiar na isenção de algumas opiniões. Eu fui numa que se chamava Hacking Your Body, mas no fundo era a AMBEV tentando vender sua barrinha de absorção de álcool (pseudo agenda de consumo responsável).
2 comments
  1. Muito pertinente, responsável e cool o seu post. Adorei ler. E acredito que seja isso mesmo, da turma que não aplica P…. nenhuma do que viu e escutou.

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