Já pensou, você está assistindo o seu programa preferido na TV aberta, e na hora do break aparece uma propaganda com um produto alinhado às suas preferências? Ou, até mesmo, um programa alinhado ao seu perfil?
Essa nova experiência prevista para a televisão aberta vem sendo estudada, para que os canais lineares se tornem mais fluidos e seamless, ou seja, capazes de comutar de forma transparente entre conteúdos de diferentes origens (transmitidos pelo ar ou pela internet) sem nenhuma descontinuidade.
Segundo o coordenador do Módulo Técnico do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, Luiz Fausto, as adaptações e extensões do DTV Play para o projeto TV 3.0, que já está na fase 3, permitirão que as emissoras façam a segmentação de conteúdo, oferecendo programações ou comercializações alternativas pela internet, de acordo com o perfil e os interesses do telespectador.
“A ideia é unir e potencializar o alcance da TV aberta e a flexibilidade da internet. Será possível comutar de forma transparente entre os conteúdos mais populares que são transmitidos para todos de forma aberta pelo ar e os conteúdos personalizados que são transmitidos sob demanda pela internet”, conta o especialista.
Além disso, independente da conexão do televisor com a internet, o sinal de TV aberta transmitido pelo ar vai permitir uma maior segmentação geográfica, fazendo o reuso do mesmo canal em diferentes estações transmissoras, com diferentes conteúdos locais da mesma rede. “Isso vai beneficiar especialmente quem vive fora dos grandes centros, que poderá ter acesso a mais programações de relevância local através da TV aberta, favorecendo o desenvolvimento da cultura, dos esportes, das artes e do jornalismo locais.”, complementa.
Com essas novas possibilidades, tanto anunciantes quanto emissoras têm potencial para entregar conteúdos diversos, ganhando vantagens com a inovação. Para os anunciantes, abrem-se diversas novas janelas de exibição, com opções de menor custo do que as atualmente disponíveis em televisão aberta, devido à maior segmentação geográfica do sinal aberto transmitido pelo ar e devido à personalização do conteúdo transmitido sob demanda pela internet.
Já para as emissoras, abre-se a possibilidade de oferecer conteúdos de maior qualidade e relevância para os telespectadores, ao mesmo tempo em que favorece a sustentabilidade econômica da oferta do serviço de televisão aberta e gratuita ao oferecer novas janelas comerciais.
“Com a oferta de novas janelas de exibição de publicidade, inclusive com opções de menor custo do que as atualmente disponíveis em televisão aberta, espera-se um aumento, com maior capilaridade e diversificação, dos investimentos publicitários em televisão, que serão acessíveis a anunciantes de todos os tipos e tamanhos”, explica Fausto.
Essas mudanças que chegam com a TV 3.0, prevista para lançamento em 2024, são essenciais para que a televisão aberta no Brasil continue competitiva no mercado e, que ao mesmo tempo, cumpra o seu papel de levar informação, qualidade com novas experiências e gratuidade para todos os brasileiros.