Colleen DeCourcy construiu sua carreira de forma inquestionável, tendo passado por agências como Socialistic, BBDO e TBWA, até chegar na Wieden+Kennedy como ECD global, onde foi rapidamente promovida a Chief Creative Officer. Após ter conquistado incríveis 149 leões no festival, a canadense foi homenageada neste ano com o Leão de São Marcos, em reconhecimento a sua contribuição extraordinária para a criatividade em nossa indústria.
Confesso que eu fiquei emocionada, porque sua história é feita de potência e de referências de outras mulheres fortes. Sua mãe a teve muito cedo e precisou abandonar a escola para trabalhar como secretária, garantindo assim que as contas do mês pudessem ser pagas. Sua avó também trabalhava fora, em uma época em que isso era bastante controverso.
Estreou no mundo da propaganda, na agência Saffer Cravit & Freedman de Toronto, e teve o privilégio de encontrar ali uma chefe mulher, que a inspirava todos os dias, mas que não recebia o mesmo holofote de seus pares masculinos. Para Collen, isso se deve ao fato de que mulheres tendem a ser mais humildes, não se auto promovem tanto quanto os homens, não se posicionam bem.
Em 2012, a criativa escreveu um artigo anônimo, que teve uma repercussão enorme na época, chamado “Confessions of a Female Ad Exec”, onde ela dissertou sobre se esforçar para “ser um dos caras”, com objetivo de pertencer, tendo fumado, bebido e ficado viciada em trabalho. Com o tempo, inclusive entendeu que havia recebido menos sexismo por estar “no clube”, mas reconhece que isso teve um alto preço. E nessa jornada de autoconhecimento, entendeu que precisava desassociar sua mente do seu gênero, passando a ser “menos homem do que costumava ser”, tornando-se mais feminina à medida que envelheceu.
Eu sou apaixonada por este case dela para Nike, mais recente:
Este ano, 6 meses após se aposentar, Colleen surpreendeu o mundo, ao topar voltar para a indústria como a líder global do Snap. Por fim, vale dizer que ela também já foi nomeada na revista Fast Company’s Most Creative People in Business e com o prêmio Fearless Voices pela organização She Runs It, e em 2019 foi apontada como a líder criativa da década pela revista AdWeek.