Open Education Resources, também conhecida pela sigla OER – nada mais é do que “coisas de graça na internet que se pode usar para aprender”.
Apesar da minha definição “meio tosca”, OER tem sido tratada como coisa séria por várias instituições que estimulam o autoaprendizado, como por exemplo a “The William and Flora Hewlett Foundation”.
A base da OER reside em recursos de ensino, aprendizagem e pesquisa que estão em domínio público ou que tenham sido publicados sob uma licença de propriedade intelectual que permite a sua livre utilização. Engloba cursos completos, materiais de cursos, módulos, livros didáticos, vídeos, testes, softwares e quaisquer outras ferramentas, materiais ou técnicas utilizadas para apoiar o acesso ao conhecimento.
Um dos melhores exemplos de OER nos é dado pela organização TED, que no espírito do seu slogan (“ideas worth spreading”, algo como “ideias que valem a pena espalhar”) disponibiliza vídeos completos de seus eventos, alguns com legendas em vários idiomas, questões para discussão e transcrições dos vídeos que podem ser “baixadas” e que permitem anotações via programas como o Scrible.
Outro bom exemplo de “generosidade” educacional é o mundialmente famoso M.I.T., que disponibiliza cursos inteiros, com seus respectivos arquivos em pdf, no iTunes. Há também incontáveis ebooks e tutoriais disponíveis sobre diversos assuntos, como por exemplo os do Michael Hartl a respeito de linguagens computacionais, como Ruby.
Por que essas instituições, empresas e pessoas fazem isto? Por três motivos:
O primeiro, é que há muita coisa disponível na internet, mas ao mesmo tempo “solta” (no sentido de não organizada). Esse grande volume de recursos online precisa de algum tipo de propósito e organização para que possamos aproveitá-los verdadeiramente em um “ecossistema”. Com o crescimento do conceito da “democratização da informação”, a Internet tornou-se uma impressionante “placa de Petri” de conteúdos, esperando para serem descobertos. Como ninguém consegue peneirar tudo e encontrar esses recursos facilmente, surgiu a necessidade de uma “curadoria digital”. Essas instituições, empresas e pessoas se propuseram a realizá-la.
O segundo, são legislações que “pipocaram” ao redor do mundo – como por exemplo a da Califórnia, criada após o caso “Williams vs. California” – para garantir o acesso a materiais didáticos atualizados.
O terceiro, são os custos excessivos da educação formal (incluindo o da atualização de materiais didáticos), que estimulam a busca por outros meios de aprendizagem, como a educação informal e o próprio autoaprendizado. Sobre isto, costumo “brincar” dizendo que se tivesse que pagar para uma instituição formal me ensinar todos os conhecimentos que preciso, não teria recursos financeiros suficientes para tal.
Pretendo em um próximo texto, abordar 3 dicas para ajudar a explorar o universo “open source” educacional de maneira mais direcionada.