Acompanhando a crise no sistema penitenciário brasileiro acabei me lembrando da cor “rosa-Baker Miller”. Sim, existe um tom de rosa chamado Baker Miller (#FF91AF). E o que tem isso a ver com penitenciárias? Bom, essa é a cor utilizada desde a década de 60 até hoje em diversas prisões pelo mundo afora.
Paredes de pátios e de celas, barras de metal, piso e até os uniformes… tudo rosa. Os sujeitos mais violentos e perigosos a ponto de precisarem ser isolados da sociedade, paradoxalmente imersos em um universo rosa Bubbaloo.
A teoria é que essa é a cor com maior potencial de acalmar as pessoas. E, depois de meio século de uso, parece que tem um fundo de verdade nisso.
QUEM INVENTOU ESSA HISTÓRIA?
Essa história começou na década de 60, com um psicoterapeuta suiço chamado Max Luscher, que acreditava que as cores podiam ajudar a classificar a personalidade de seus pacientes. A cada sessão, Luscher colocava 8 cartas na mesa, cada uma de uma cor (azul, amarelo, vermelho, verde, violeta, marrom, cinza e preto) e pedia que escolhessem uma. Com o tempo ele percebeu que muitas vezes os pacientes mudavam de cor e concluiu que essa escolha tinha mais ligação com o estado de espírito do dia da consulta do que com personalidade. E se isso for verdade, será então que dá para fazer o caminho contrário? Será que uma cor pode alterar o humor de uma pessoa?
Ninguém levou a teoria do Luscher muito a sério, mas durante 10 anos junto com um outro cientista chamado Alexander Schauss, conseguiu resultados mensuráveis para sustentar sua hipótese. Descobriu que, entre todas as cores, este tom de rosa era o que mais conseguia causar alterações fisiológicas nos batimentos cardíacos, na pressão e na respiração.
Foi só em 1979, mais de 20 anos depois, que Luscher conseguiu convencer (eu queria tanto ter assistido essa apresentação) o Diretor da prisão da Marinha americana a pintar tudo de rosa.
O resultado?
A média de incidentes entre detentos e policiais era de 1 por dia. Depois que a prisão foi pintada e os uniformes foram trocados, o relatório mostrou 1 incidente… em 6 meses.
Ah, o nome. O Baker e o Miller eram os dois diretores da prisão na época , que foram homenageados. Botaram o nome do cliente que aprovou o projeto na cor.