Nós, seres humanos, temos uma noção muito clara das etapas de desenvolvimento das crianças pequenas. Mas e quanto aos adultos? Como continuamos nos desenvolvendo uma vez que já somos “grandes”? E quais os momentos chave desse crescimento? A realidade é que não temos um mapa tão claro do desenvolvimento adulto quanto temos do infantil, mas isso não quer dizer que este crescimento pare de acontecer, muito pelo contrário. É na vida adulta que desenvolvemos alguns do aspectos mais importantes da nossa personalidade, que nos ajudam a navegar esse mar difícil e turbulento chamado vida.
A psicologia dos últimos 150 anos estudou cuidadosamente a evolução infantil. O suiço Jean Piaget em particular se debruçou sobre essas questões, e é graças a ele que temos cada estágio do crescimento mapeado e etiquetado. Graças ao seu trabalho, nós hoje sabemos que um bebê com seis meses de idade provavelmente será capaz de ficar sentado por conta própria, usar seus dedos indicador e polegar de maneira consciente e reconhecer a própria imagem no espelho, mas que ainda demorará mais três meses até que ele consiga beber algo sozinho em um copo ou mamadeira. Aos dois anos ele irá saber falar “eu” e “você” e também colocar um boné sozinho. Aos quatro anos, esta mesma criança conseguirá formar frases longas e bem provavelmente terá um amigo invisível. Entre cinco e sete ela entenderá melhor conceitos como “tempo” e o que é um “país”, mas cometerá alguns errinhos ao diferenciar amanhã de ontem e menos/mais. E assim, rapidamente ela irá adquirindo novos conhecimentos e habilidades.
Todo este crescimento interno e assunto familiar e razão de celebração nos almoços de domingo. Mas com o passar do tempo, mais precisamente a partir dos 16 ou 17 anos, a maturação do indivíduo frente à sociedade deixa de ser um fator interno e passa a ser externo: nós observamos pontos como “qual o diploma que ele conseguiu”, “qual o trabalho que ela conquistou”, ou “qual a sua posição dentro da empresa”. Crescer se torna sinônimo de estar à frente, de ter sucesso. Mas a verdade é que nós nunca deixamos de crescer emocionalmente e psicologicamente, com novas habilidades em campos relacionais, intelectuais e inclusive íntimos.