A Copa América de 2019, que vai ser sediada no Brasil será a última a ser realizada em anos ímpares, isso porque a Conmebol decidiu colocar, a partir de 2020, o campeonato no mesmo ano que a Eurocopa. Isto é, da mesma forma como ocorreu em 2016, quando as competições tiveram algumas datas paralelas. Será que essa mudança pode impactar positivamente na visibilidade e promoção da Copa América?
A verdade é que a Copa América Centenário de 2016 bateu recordes de público nos estádios (mais de 1,5 milhões de pessoas), na audiência televisiva (100 milhões de espectadores somente em solo americano) e no engajamento nas mídias sociais (3,5 milhões de usuários). Mas será que devemos creditar esses números ao crescimento da competição ou ao fato de ter sido uma edição especial da competição – Comemoração dos 100 anos da Conmebol – e ainda ter sido realizada em um país que ainda não havia sido sede, uma vez que os EUA não fazem parte da Conmebol e sim da Concacaf, ou ainda atribuir esse recorde de audiência ao fato de que o futebol está na fase de crescimento do ciclo de vida?
O ciclo de vida do produto é dividido em 4 fases (conforme a figura abaixo). A introdução é a fase inicial de vida do produto, ou quando o produto é lançado no mercado, o crescimento é quando o produto começa a se firmar no mercado, a maturidade é quando o produto se torna estável, assim como o lucro e o declínio acontece quando o produto começa a perder market share.
A Eurocopa 2016 não foi uma edição especial e também obteve excelentes números: 2,4 milhões de pessoas nos estádios, 3,6 milhões de pessoas passaram pelas 10 Fan Zones, 2 bilhões de pessoas viram jogos pela televisão e o jogo de abertura teve 200 milhões de telespectadores, um aumento de 30% se comparado ao primeiro jogo da Eurocopa de 2012, realizada na Polônia e Ucrânia.
Outro ponto importante a respeito das diferenças entre os campeonatos é a questão do modelo de escolha das sedes. Enquanto a Copa América seguirá com o modelo de revezamento de país sede, a Eurocopa inova, e em 2020 será realizada em 13 cidades sedes de países diferentes.
Essa decisão da UEFA mostra que a Europa avança nesse sentido e a América segue atrasada, uma vez que diversificando as cidades e países evita-se a construção de novos estádios ou reforma de antigos, que acabam por se tornar um “elefante branco”.
É verdade que a dimensão espacial não pode ser comparada, mas acredito que a Conmebol deva pensar de forma mais consciente, como essa atitude de responsabilidade social da UEFA com a população e as cidades anfitriãs e não seguir o exemplo dado pela FIFA, como recentemente pôde ser visto na Copa do Mundo de 2014, evento que demandou a construção de diversos estádios em cidades com população pouco ativa na frequência de jogos, o que resultou em construções obsoletas, os famosos “elefantes brancos”.
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