A falácia da janela quebrada

A falácia da janela quebrada A falácia da janela quebrada

A falácia da janela quebrada é assim:

“Sabe como a gente resolve o problema do desemprego? Fácil. Coloca metade das pessoas quebrando janelas por aí e a outra metade trabalhando na fábrica de vidro”

Pronto. Resolveu.

Claro que é uma situação simplista, só para ilustrar o raciocínio.

E é falaciosa (falha) porque, apesar de 100% das pessoas ficarem felizes da vida por estarem empregadas, vai ser por pouco tempo. Isso porque nada estea sendo gerado, justamente porque metade das pessoas está destruíndo o que a outra metade está construíndo.

Ou seja, no final das contas, não sobra nada. Só suor. Vira terapia ocupacional de grupo.

Pior: esse pessoal todo tem a ilusão de que a vida está melhorando já que agora eles estão empregado, recebendo salários, tudo certinho. Mas no médio e longo prazo a vaca vai pro brejo porque não é uma dinâmica sustentável.

Serve também para gente refletir, como pessoa física, sobre essa importante diferença entre o (1) estar ocupado e o (2) estar produtivo.

Hoje, depois de mais de uma década trabalhando por conta própria, ainda lembro do tempo em que eu era funcionário e o quanto eu confundia essas duas coisas. Muita gente chega em casa exausto no fim do dia e tem a impressão que trabalhou pra caramba, aquela sensação de dever cumprido. Mas o critério não deveria ser o tempo empenhado, mas sim o que você fez, de fato, com ele. Você pode fazer 5 reuniões por dia e não necessariamente isso significa produtividade. Isso vale para autônomos e funcionários, porque diz respeito às nossas vidas e nossa evolução pessoal e profissional.

A piada do trator

Para terminar, vale lembrar daquela piada antiga, do cara que estava tentando vender um primeiro trator para o dono de uma empresa de escavação. O sujeito argumentava que não iria comprar nunca uma única máquina capaz de fazer o mesmo que 50 homens com pás. O problema do desemprego já é bastante sério pra ele piorar as coisas ainda mais.

Foi a deixa para o vendedor retrucar:

“Sendo assim, o senhor não estaria interessado em comprar um milhão de colheres?”

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