Qualquer relacionamento saudável que se preze é baseado em respeito e confiança — e isso se mantém intacto no mundo online: segundo uma pesquisa americana, 95% das pessoas disseram que seriam leais a marcas e empresas que confiam, enquanto 92% confirmaram que investiram em produtos adicionais de companhias que lhe oferecessem essa segurança.
Apesar das estatísticas confirmarem o óbvio, gigantes da tecnologia falham miseravelmente na tarefa de ganhar a confiança do seu público. Somente 26% dos usuários do Facebook, por exemplo, se declararam confortáveis com a forma com a qual a rede social guarda seus dados pessoais — vale lembrar que, antes do escândalo com a Cambridge Analytics, esse percentual era de 79%, o que mostra que as pessoas são mais sensíveis e críticas a esse tipo de polêmica do que se poderia imaginar.
Todos esses dados estarão no centro da roda do SXSW, que acontece em março em Austin, Texas. Sociólogos, especialistas em segurança e outros convidados com atuação consistente no segmento serão convidados a dialogar sobre as informações duvidosas que recebemos e compartilhamos online, bem como a segurança de informações privadas — tudo girando em torno da confiança, que parece, como mostram os números, abalada na era digital.
Uma boa indicação do caminho a seguir pode ser encontrada na mesma pesquisa americana mencionada anteriormente, que aponta que 92% dos entrevistados confiariam em empresas que lhe dessem controle sobre quais informações são retidas a seu respeito; 91% concordaram que confiança tem a ver com transparência: ser honesto sobre como e onde seus dados são usados; e 91% também confiam em marcas e companhias que mostram enfaticamente seu compromisso com a privacidade de seus usuários.
Embora as estatísticas estejam aí e sejam irrefutáveis, há diversas áreas cinzas entre uma e outra, e tudo fica ainda mais delicado quando clientes e usuários estão declaradamente “pisando em ovos”.
Num tempo que ainda vive pela regra “todo cuidado é pouco”, as empresas precisam mudar esse mantra e entender que, quando o assunto é o outro, “todo cuidado é muito”.