Pílula anticoncepcional masculina se saiu bem em testes feitos com humanos

Pílula anticoncepcional masculina se saiu bem em testes feitos com humanos Pílula anticoncepcional masculina se saiu bem em testes feitos com humanos

O anticoncepcional masculino pode ser uma realidade em breve, segundo um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism que fez testes pela primeira vez em humanos para detectar o grau de segurança e efeitos colaterais do remédio. 

Para o experimento, 40 homens saudáveis do laboratório da Universidade de Washington, em Seattle, tomaram uma pílula, chamada 11-beta-MNTDC, em diferentes doses durante 28 dias.

O remédio causou mudanças hormonais que levariam à diminuição da produção de esperma, pois contém uma forma de testosterona que combina as ações do andrógeno e da progesterona. O andrógeno é um hormônio masculino que ajuda a anular as quedas dos níveis da testosterona. Já progesterona impede a produção dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), que ajudam na produção do esperma e da testosterona.

Segundo a pesquisadora e professora da Universidade de Washington, Stephanie Page, o medicamento imita a testosterona, mas sem o concentrado necessário para a produção de espermatozóides.

Os resultados

Os cientistas notaram que as mudanças nos hormônios eram suficiente para que houvesse uma ação contraceptiva eficaz. Com o uso do remédio, os níveis dos dois hormônios necessários para a produção de esperma caíram drasticamente em relação aos homens que ingeriram o placebo.

Segundo os pesquisadores, houveram poucas repercussões negativas causadas pela ingestão do medicamento. No entanto, alguns homens relataram efeitos colaterais como fadiga, acne e dores de cabeça, além disfunções eréteis e menor desejo sexual. Mesmo assim, de modo geral, a libido dos participantes não foi afetada e bastou interromper o tratamento para que os efeitos contraceptivos terminassem.

“Nossos resultados sugerem que essa pílula, que combina duas atividades hormonais em uma, diminuirá a produção de esperma enquanto preserva a libido”, registrou em comunicado a pesquisadora Christina Wang, do Instituto de Pesquisa Biomédica de Los Angeles e do Centro Médico Harbor UCLA.

O seguinte passo da pesquisa é realizar testes com maior tempo de duração, de ao menos de 60 a 90 dias, para que, finalmente, o medicamento possa chegar ao mercado.

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