A tecnologia é ótima, facilita nossa rotina, torna nosso dia mais produtivo, mas vira e mexe o tema do vício nos nossos aparelhinhos volta à tona, e a preocupação, em geral, é com crianças e adolescentes. “Será que os pequenos deveriam usar tantas telas? Qual a idade ou o tempo ideais para deixar as crianças terem acesso a celulares e tablets?”
O novo normal
Existem uma série de recomendações de pediatras, que vão desde a classificação em número de horas para cada faixa etária até o bom e velho uso da intuição. Mas talvez o que ninguém tenha parado para pensar é que as crianças também estão preocupadas com o quanto os próprios pais estão viciados no celular.
Segundo uma pesquisa da Common Sense Media, uma organização sem fins lucrativos que tenta “alinhar” o bom senso para o consumo de tecnologia e entretenimento pelas crianças, 44% dos adolescentes nos EUA sentem que são os seus pais que estão distraídos com dispositivos móveis durante o dia.
Dados da pesquisa, que foi realizada com respondentes norte-americanos, também mostram que os adultos tendem a se considerar mais “viciados” no celular do que os adolescentes – o que poderia ser tanto uma internalização das notícias que os adultos andam consumindo nos últimos anos quanto uma normalização da presença do celular na visão dos mais jovens.
No entanto, pra mim o fator mais complicador é a transformação do tema em uma espécie de tabu: ainda que pais e filhos estejam preocupados com o excesso do uso do celular pela “outra parte”, houve uma queda de cerca de 30% nas discussões sobre o tema entre as famílias.
Tanto as crianças quanto os pais estão debatendo menos sobre o assunto, mas ao mesmo tempo ambos sentem que o outro está mais distraído
Michael Robb, autor do estudo.
Os pesquisadores não tem clareza do que pode estar levando a esse comportamento, mas arriscam um chute: pode ser uma certa apatia ou resignação sobre a presença dos celulares no nosso cotidiano.
Deixo abaixo o infográfico que resume o estudo, e o link para o relatório completo, para quem quiser conferir.