Em 1979, Douglas Hofstadter publicou um livro épico – Godel, Escher, Bach: An Eternal Golden Braid. Alguns de vocês provavelmente já o leram, mas a maioria é provavelmente muito jovem para prestar atenção a um livro com 40 anos de idade. O livro ganhou um prêmio Pulitzer, mas, é surpreendente a frequência com que ele aparece quando você conversa com pessoas – que estudam a fundo – sobre IA.
É o tipo de livro que você é atraído quando o vê por causa do título incomum. É um trabalho fascinante que une idéias sobre recursão e sistemas auto-referenciais, criação de analogias e inteligência, explorados através das lentes do Teorema da Incompletude de Kurt Godel, da arte de M.C. Escher e da música de Johann Sebastian Bach. O livro possui um diálogo entre dois personagens, onde as frases do diálogo têm a mesma ordem, independentemente de você começar a leitura de trás para frente ou de (início) frente para trás, ou seja, terá a mesma experiência da leitura.
É incrível.
Mais importante, o livro analisa a ideia de que a inteligência pode ser um fenômeno emergente. Pense na idéia de que um sistema lógico simbólico poderia ter, dentro do sistema, um símbolo que faça referência a todo o sistema em si. O livro, e todo o trabalho de IA de Hofstadter, está muito longe dos modelos conexionistas que dominam hoje em dia, e espero que, à medida que o progresso do conexionismo seja interrompido, muitas pessoas da IA absorvam as idéias do GEB (como é conhecido o livro) empurrando a inteligência artificial para frente.
Grande parte do livro gira em torno de exemplos do Teorema de Godel, usando de exemplo a frase “Esta frase é falsa” debate se é verdadeira, e/ou ao mesmo tempo falsa. Se você gosta de filosofia, literatura ou IA, e não leu o livro, é uma leitura obrigatória. Se você não é acostumado a leituras longas, é um livro ‘pesado’ e exigente, por isso pode ser chato e difícil de se acompanhar. O que todos devem saber é que o livro realmente instigou pessoas a investigarem a inteligência artificial e influenciou o pensamento de muitos pesquisadores da IA em vários estágios. E acredito que muitas das idéias centrais ainda são relevantes para nosso aprendizado sobre inteligência de máquinas.
Feliz 40º aniversário para um dos livros mais influentes da história da IA.
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