Bora fazer o ultrasom da gestação… das coisas. Ver como eram os embriões delas. E que ainda existem de verdade, fisicamente, em alguns museus por aí.
Abaixo estão 3 exemplos de protótipos, como o telefone com botões (adaptado de um modelo tradicional com disco rotatório), o Moog e o Apple I.
Telefone com teclas (ao invés de disco rotatório) 1948
Uma aula de UI. Os discos rotatórios, que funcionam emitindo diferentes pulsos elétricos para cada número, acabam consumindo muito tempo do usuário, principalmente quando se compara com a tecnologia que os substituíram, os botões. No final da década de 40 as telefonistas começaram a usar um sistema novo, usando botões com tons sonoros para cada dígito, o que transformou completamente a produtividade do sistema, com uma economia gigantesca de tempo. A novidade acabou indo parar também no telefone da casa das pessoas e nos escritórios. E hoje… não precisam nem ser mais digitados. O aparelho inteiro ficou obsoleto e o celular permite se conectar de outras formas, geralmente com um clique apenas.
O teclado Moog
O Moog é outro exemplo de traquitana construída em garagem a partir do que havia disponível na época. No caso, o teclado disponível era o “orgão”. A limitação do aparelho era que, depois que você pressionava uma tecla, ela não mudava. Foi aí que apareceu um cara chamado Bob Moog, que ao instalar um oscilador de voltagem em um teclado comum, e assim conseguia alterar a frequência da nota durante o período de tempo que ela era tocada. Aí uma coisa que era um “tumm…” virou um “tuuummmwwwóóóinnnnnwããã…”. Aí vieram os anos 70, o Stevie Wonder… e o resto é história. Sendo escrita até hoje, claro.
Bônus: recomendo a leitura desta entrevista clássica do Stevie Wonder, em 1972, contando como o Moog reinventou sua carreira.
O Apple 1
Esse arrepia só de olhar. Em 1975, a moda entre os nerds da época era montar seus próprios computadores, o que dava um trabalho danado obviamente. Não apenas mental como braçal mesmo. Foi aí que os Steves – Wozniack e Jobs, resolveram transformar a brincadeira em uma espécie de Lego, vendendo placas pré-montadas. E dessa placa de madeira cheia de coisas e que a gente só reconhece um teclado, nasceu o Apple I. Mal sabiam que estavam transformando o mundo como o conhecíamos até então, uma invenção que tem pelo menos o mesmo impacto do que a prensa do Gutenberg. Computador pessoal, depois internet, banda larga, smartphones… e nunca mais fomos os mesmos.
Enfim, são apenas 3 protótipos famosos para lembrar que os produtos mais revolucionários, em sua forma embrionária, tem quase quase sempre uma cara horrível de gambiarra, de invencionice. É preciso uma visão especial para enxergá-los do jeito certo, algo que acontece bem antes na cabeça desses visonários.
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