A sétima sinfonia de Bruckner acaba em um clímax, marcado por uma pratada quase no final do concerto
Pchhhhhhhh!!!
Reza a lenda que a pratada foi adicionada por Bruckner como uma nota extra, simbólica, quando soube da morte do maestro Richard Wagner. É a nota da morte.
Em nenhum momento da sinfonia, tem outra pratada. Só essa, alí no final.
O músico do prato tem a sinfonia inteira para ficar ali no seu canto, se preparando para o seu grande momento.
É só uma pratada, mas tem que ser A pratada.
Precisa ser na hora exata. Um pouquinho antes ou um pouquinho depois e a famosa pratada da sétima sinfonia de Bruckner vira a famosa pratada errada da sétima sinfonia de Bruckner. Destrói a sinfonia inteira.
Se o músico errar, terá comprometido 100% da sua participação. Pulveriza o seu solo de prato.
As pessoas aguardam ansiosas por essa pratada. A pratada é a deixa, a catarse para uma aplauso em pé. A pressão aumenta à medida que a sinfonia caminha para o final. Quem entende dos clássicos e conhece bem a obra, se diverte observando o músico alguns minutos antes do momento crucial. Ele se ajeita na cadeira, apoia os pés com firmeza no chão, arruma a postura. Pega os pratos com todo cuidado, imagina se cai.
Não pode desapontar. É um momento maior que o seu. É de todos.
Certa vez um reporter perguntou ao grande maestro inglês Sir Malcolm Sargent:
– “Mas pô, é muito fácil. O que um cara desses precisa saber de especial para dar uma simples pratada?”
– “Nada. Só o QUANDO”, respondeu o maestro.
O quando… às vezes, é mais que o como. c.q.d.
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hahahahah
Muito bom!
A última opção é a melhor, mas bem que, ao invés daquela case frio e sem carisma, poderia ser o cara saindo de dentro de um enorme bolo e usando biquini.
Hahaha ótimo!