Profissão designer: comunicador ou artista?

No mundo do design tem lugar para os dois. É muito importante saber qual dos dois você é.
Profissão designer: comunicador ou artista? Profissão designer: comunicador ou artista?

Talvez seja um problema das nomenclaturas. Não sei. Mas assim que você começa a conhecer o mundo das agências de publicidade já se depara com nomes como “direção de arte”, “direção de criação” e “arte finalista”.

Talvez esses nomes que envolvam o universo de “criação” e “arte” possam nos remeter sempre àquele estereótipo do artista genial incompreendido. Uma pessoa que não tem lá essa vida social toda, fica enfiada em tintas e cores, tem sempre à mão um moleskine cheio de traços e desenhos.

É importante diferenciar o perfil de designer comunicador do artista.

Muito frequentemente acontece de se exigir um trabalho de artista para o comunicador, ou de comunicador para o artista. E aí a coisa não sai do canto, porque acontece um desencaixe do perfil do profissional ao tipo do trabalho que dele é exigido.

Profissão designer: comunicador ou artista?

Vamos começar do artista.

O designer artista é um artesão.

Ele trabalha melhor sozinho ou quieto no canto dele.
Leva seu tempo para produzir sua arte.
Tem um conhecimento muito profundo de uma área muito específica.
É um especialista altamente especializado (a redundância foi proposital).
Geralmente um ilustrador muito talentoso, com um estilo próprio.
Um modelador 3D.
Tipógrafo.
Cartunista.
Letreiro (designer de lettering)
Grafiteiro
Editor especialista em tratar imagens
Editor especialista em montagens.
Animador 3D
Vídeo Maker
E tem muito mais nessa lista.

Quando você é um artista o foco está no seu estilo. As pessoas e empresas te contratam exatamente porque querem aquele seu estilo nas propagandas deles. Querem, por assim dizer, sua arte.

Ganha dinheiro sendo artista quem é MUITO, MUITO BOM.
E precisa cair nas graças do povo.
É um misto de talento com sorte.
Genialidade com adequação ao que o mercado absorve.
Digamos que você tem que ser “o nome” naquela área, para se posicionar bem.

Aí sim você não precisa se preocupar muito em adequar seu estilo ao estilo do cliente, basta soltar sua arte e seu estilo, porque é isso que estão procurando. Você precisa respeitar prazos, claro, mas o artista pode se dar ao luxo de estipular melhores prazos para seus projetos. Quanto maior o reconhecimento, mais cobra por projeto e mais prazo tem, já que não precisa fazer tantos projetos assim para botar leite na geladeira.

E o comunicador?

Agora sim. Esse é maioria.
Eu e você, leitor do Update or Die.
Gente que a função principal é COMUNICAR para clientes.
Que precisa adequar seu linguajar e estilo, ao linguajar e estilo da marca.
Que não pode ficar com ego inflado.
Que sabe ouvir uma reprovação de arte.
Que não tem vaidade em mudar uma coisa aqui e outra ali para seguir as preferências do cliente.

Claro, não digo que precisa fazer tudo que o cliente pede, porque assim vira um robô executor, um mero operador da ferramenta para aumentar a marca aqui e colocar aquele céu ali.

Como comunicadores temos uma dupla responsabilidade:
1) Educar o mercado, ensinar, mostrar caminhos mais estratégicos e estéticos.
2) Saber trabalhar com estilos diferentes, sendo plural no entendimento da linguagem de cada marca e de cada mercado.

Ganha dinheiro o comunicador que sabe tanto fazer aquele folder varejão, como aquele anúncio dupla página clean e sofisticado. Que se sente bem tanto fazendo um “all type” bem humorado, como um anúncio mais informativo e convencional. Entende que seu papel é ser um porta voz da marca e, como tal, sabe imprimir uma estética e um conceito único, adquado ao estilo da marca.

Principalmente, que consegue inserir em seu próprio DNA criador, o DNA da marca, aflorando o que há de melhor em termos de design, comunicação, clareza, informação, foco em resultados… com o estilo, tom de voz, conceitos e estética visual da marca que trabalha.

E você?

Qual seu estilo?
Artista, ou comunicador?

Existe muito artista frustrado, que não consegue se encaixar no ritmo e exigências do mercado.
E muito comunicador fracassado, que não entendeu ainda seu papel.

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