Para competir no mercado, criativos precisam construir reputação

Para competir no mercado atual, talentos criativos precisam dedicar energia para construir boas reputações.
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O mercado há anos é influenciado por um fenômeno que está mudando a maneira como pensamos a relação entre trabalho, vida pessoal e futuro. Estou falando sobre a força de trabalho freelancer, que cresce três vezes mais que a força de trabalho total e é esperado que esse ritmo continue a aumentar. Pessoas e empresas já acolhem a tecnologia e a flexibilidade que possibilitam jornadas de trabalho remoto, e, além disso, profissionais das gerações Z e Millennial não se vêem construindo longas carreiras – ao contrário, priorizam experimentar diversas possibilidades de desenvolvimento profissional e pessoal. Eis porquê o trabalho sob demanda veio para ficar. 

Ao mesmo tempo que ser um profissional independente possui muitos atrativos, esse mercado em pleno crescimento faz aumentar cada vez mais a concorrência entre os profissionais. Por isso, se você é um profissional autônomo, é importante pensar sobre a sua reputação para se destacar aos olhos das empresas. 

Mas afinal, como se constrói uma reputação? Reuni algumas dicas para construir uma boa reputação e conquistar mais jobs:

1. Circular é preciso: leve a sério seu networking

Pode parecer contraditório, mas construir cases e um portfólio dentro de uma organização pode ajudar muito no início da jornada independente, pois é onde você encontrará a base do seu networking e conseguirá iniciar sua carreira independente. 

Além disso, fazer entregas acima das expectativas dos clientes e ter uma estratégia concisa para manter a comunicação ativa com os seus contatos é muito importante. Use as redes sociais a favor do seu networking: Behance, Pinterest e principalmente Linkedin são alguns dos canais por onde você consegue expandir os seus contatos. Perceba qual tipo de linguagem é usada em cada uma e divulgue seu trabalho pensando o que pode interessar às pessoas que você quer atingir.

Produzir diferentes conteúdos, assim como possuir perfis em diferentes plataformas e participar de hubs e coletivos podem ser caminhos para diversificar a sua rede de contatos. Abrir conversas com outras pessoas para além da sua rede já conhecida é sempre positivo.

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2. Meu site, minha vida: crie um portfólio vencedor

O primeiro ponto de atenção para construir o seu portfólio online é a navegabilidade. Escolha a plataforma certa para mostrar da melhor maneira possível o seu trabalho e fique atento para que a navegação seja fácil, intuitiva e de fácil compreensão. Normalmente recruiters vêem os sites de candidatos por 3 minutos em média, ou seja, objetividade é tudo. E talvez a dica mais importante sobre esse tópico: faça um portfólio responsivo que seja adaptável a qualquer dispositivo. 

Escolha bem o que você quer mostrar e coloque poucos projetos – entre 5 a 10 – focando nos melhores e mais atuais. Por mais que você possa gostar de muitos projetos que tenha desenvolvido, um contratante não terá tempo de navegar por todos. A prioridade é a qualidade dos projetos, não a quantidade.

Invista em projetos pessoais. Hoje em dia se tornou extremamente importante comunicar nossas ideias e posicionamentos pessoais, expondo nosso lado criativo e que acaba por nos aproximar de projetos que façam mais sentido com os nossos interesses. A lista de projetos pode incluir ilustrações, pinturas, fotografias, voluntariado, projetos sociais, música, e muito mais. O que você faz por prazer e que lhe representa fora do ambiente de trabalho? Insira a resposta no seu portfólio ;)

Se você quiser ler mais sobre construção de portfólio, veja esse artigo sobre o assunto.

3. Boletos sem estresse: organize seu departamento financeiro

Estar de bem com as finanças não é algo sempre fácil e para os freelancers esse é um ponto que demanda muita atenção. 

Quanto cobrar por um trabalho? Essa é uma pergunta difícil para a maioria dos profissionais. Para Rodrigo Maltchique, enxergar o seu valor pessoal de trabalho é a dica mais valiosa para falar sobre precificação e posicionamento de trabalho. Entender o trabalho proposto, sua complexidade, o tempo que será demandado e investigar quanto outros profissionais cobram pelo mesmo serviço são pontos a se considerar. Cada profissional, porém, ainda mais na indústria criativa, vai colaborar com um ponto de vista único. Tenha segurança do valor do seu e defenda o seu preço.

Felizmente há uma ajudinha extra: a Organeasy, uma planilha que facilita o cálculo de quanto cobrar por cada projeto, relacionando tudo com os gastos do seu dia a dia.

Os jobs não remunerados também podem trazer muitos frutos! Eles podem não trazer retorno financeiro, mas permitem experimentar coisas que normalmente não teríamos a chance com um briefing pronto de um cliente, ou seja, temos a oportunidade de exercitar nossa criatividade sem limites. Outro ponto positivo é pela aproximação e troca com outros profissionais, com mais liberdade de agregar na construção do projeto e engrandecendo o networking.

E sempre leia atentamente os contratos. É ali que estarão as condições de pagamento, tais como prazo, por qual meio será realizado, qual o tipo de nota fiscal requerida, etc. Algumas políticas de empresas estabelecem pagamento em até 30, 60 ou 120 (!) dias. Esteja atento a esses detalhes para se organizar melhor.

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4. Você no controle: equilibre vida profissional e pessoal

Por fim, o mindset de talento sob demanda precisa estar claro: você é o seu chefe e, por mais agradável que essa ideia possa parecer, ela traz obrigações. Lidar com expectativas e ansiedades enquanto profissional autônomo pode ser difícil, mas os pontos positivos de ser um profissional autônomo fazem valer a pena!

Como última dica, digo que estar confortável consigo, saber quem você é e gostar do seu trabalho é fundamental para crescer nessa nova dinâmica de trabalho. É importante acompanhar o trabalho de outros profissionais, trocar experiências, ideias e inspirações, mas nunca como forma de comparar o seu trabalho com o de terceiros. Comparação não é algo que faz as pessoas crescerem positivamente. E, além disso, somos muito mais do que nossas realizações profissionais.

No final das contas, precisamos transmitir verdade com os nossos trabalhos – e ser independente é deixar a verdade muito aparente. Nossos vínculos com outros profissionais são constantes e manifestamos nossas vontades e pontos de vista através dessas muitas conexões e diálogos.

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