Jordan Sprigg é um cara de uns 28, 29 anos de idade, natural de Perth, na Austrália, que no 3º ano do curso de Psicologia resolveu adiar sua formatura e se dedicar a uma arte para a qual nunca recebeu treinamento formal, ou seja, ele é autodidata, num estilo artístico absolutamente fascinante!
Por ser filho de fazendeiro e ter crescido naquele ambiente rural, cercado de muita natureza (ainda mais aquela exótica natureza australiana, hein?), mais o contato com ferramentas agrícolas aposentadas – algumas com mais de 100 anos – despertaram nele o desejo de dar uma 2ª vida útil a todo aquele ferro velho que sempre via encostado.
Com o incentivo e autorização do pai para usar ferramentas e peças de maquinários velhos da fazenda, Jordan foi se inspirando pela paisagem e pelo reino animal para criar suas peças, transformando todo tipo de metal em esculturas de animais em tamanho real.
A cada ano ele cria cerca de 12 esculturas, que geralmente incluem duas grandes peças e cada trabalho leva, normalmente, de 3 dias a 3 meses para ficar pronto, entre 20 a 400 horas.
Quando recebe uma encomenda, ele gosta de pedir ao cliente que lhe forneça algum material – que seja próprio pra ser soldado na peça – para, assim, agregar valor sentimental à obra e muitas vezes ele recebe pedaços de máquinas ou objetos muito antigos, que nem são mais fabricados.
Pra começar, eu não achei que o que estava fazendo fosse arte e não achei que alguém pagaria por isso.
Comigo, muito disso foi sorte. Venho de uma fazenda onde posso trabalhar de graça no galpão do meu pai e tive muitas pessoas que me apoiaram ao longo do caminho. Então, eu diria às crianças: façam isso por causa do valor intrínseco, do prazer que vem de criar algo e porque você quer compartilhar sua arte com o mundo.
É definitivamente possível ser um artista e você pode ter um estilo de vida incrível, mas também conheço muitos artistas que estão lutando, especialmente agora.
A arte é uma ótima coisa a se perseguir, mas meu conselho é apenas persegui-la porque você a ama.
Jordan Sprigg
Sua maior obra até agora – pesando pouco menos de uma tonelada e levando 550 horas para ser concluída – foi batizada de “Sudan”, feito em memória do último rinoceronte branco macho que, infelizmente, faleceu em 2018. Uma espécie que, ao longo dos anos, foi sendo dizimada pela caça, visando a venda de seus chifres para o mercado negro.
Ela foi inaugurada no final de 2020 e está exposta na Rambla em Swan, South Perth Foreshore, que fica bem perto do Zoológico de Perth.
Você pode ver a reportagem sobre um pouco do processo de feitura dessa obra, AQUI.
Por ter iniciado os estudos em Psicologia, ele ainda pretende, no futuro, buscar a oportunidade de se dedicar a um projeto paralelo nessa área.
Quero passar a mensagem às pessoas de que é importante falar sobre sua saúde mental e que não há necessidade de lutar sozinho, por conta própria.
Eu acho que ter um hobby pelo qual você é apaixonado, fora da sua profissão, pode ser muito bom para a saúde mental das pessoas.
Eu encorajo todo mundo a ter um hobby. E se você começa ainda jovem, pode se dedicar a ele pelo resto de sua vida.
Jordan Sprigg
Para quem quiser conhecer mais do trabalho desse artista, ou se inspirar pra começar a fazer o mesmo tipo de arte, ou mesmo encomendar uma peça, tipo o Sudan, pra pôr no canto da sala, eis aí como encontrá-lo:
Site, Instagram, Facebook e Youtube.