Curtas: The Box

O curta de animação do escritor/diretor/animador Dusan Kastelic é uma alegoria surreal mas exuberante sobre os prazeres e perigos da não-conformidade.
Curtas: The Box Curtas: The Box

Em uma estranha e escura caixa vive um grupo de criaturas humanóides – idosas com cabeça de caixa e com raízes em vez de pernas. A maioria dessas criaturas está afundada em um sono catatônico, sem saber de nada fora de seu mundo hermético e fechado.

Mas uma delas surge em meio ao grupo, espantada com a sua súbita consciência. Jovem e em crescimento, a criatura começa a causar um alvoroço, mas luta contra a reprovação e o rancor de seus companheiros. Mas então o jovem começa a lutar, procurando um caminho para fora da caixa, mas indo contra suas forças mais opressivas até agora.

O curta de animação do escritor/diretor/animador Dusan Kastelic é uma alegoria surreal mas exuberante sobre os prazeres e perigos da não-conformidade, tornando-se um indivíduo e ultrapassando obstáculos até um novo nível de consciência.

A narrativa pega a frase “fora da caixa” e a transforma em uma narrativa profundamente imaginativa e hipnótica que se assemelha a um conto de fadas. Mas não uma versão infantil asséptica de um conto de fadas: o filme se assemelha aos contos de fadas originais europeus, que eram sombrios, psicologicamente complexos e inquietantes em sua violência emocional.

As imagens são de pesadelo, com suas evocações de carne distorcida e cores obscuras. Mas a expressividade das criaturas e a atenção aos detalhes — criados em software de código aberto 3-D Blender — são notáveis do nível técnico e emocional, e atraem os espectadores com uma poderosa combinação de gesto, som e narração de histórias.

Apesar do mundo claustrofóbico retratado no filme, há salpicos de humor e alegria, especialmente porque a criatura mais jovem expressa seu eu desenfreado como uma criança. A partitura musical e o projeto sonoro de Mateja Staric vão muito longe para criar contraste entre a conformidade estultificante e o individualismo juvenil, além de manter a narrativa em um ritmo consistentemente envolvente.

Apesar de sua estranha aparência, a alegria descontrolada e o espírito enérgico da nova criatura emergente são tão parecidos com a energia das crianças, e os telespectadores não podem deixar de se identificar. No entanto, “A Caixa” torna-se genuinamente triste e dolorosa à medida que o jovem é repetidamente derrubado e cortado, e enfrenta os mecanismos da própria Caixa que mantêm seus habitantes dóceis e no escuro.

Ver essa luta torna-se uma metáfora poderosa para a opressão e conformidade que todos nós enfrentamos, seja a caixa que a sociedade nos coloca dentro ou aquelas em que nos mesmos nos colocamos. Observar a criatura lutando contra um mundo escuro e estreito é difícil, e no entanto, como a criatura descobre, desde que se possa sentir uma faísca de um eu essencial, há sempre um caminho em direção à luz.

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