O D&AD tem como fama ser “o festival criativo mais criterioso do mundo”, especialmente por ter nascido em 1962, na Inglaterra, como entidade para promover e celebrar a excelência em trabalhos de design e direção de arte. Com isso, os famosos “Lápis” estão entre os troféus mais cobiçados internacionalmente pela indústria criativa.
O mais importante deles é o Black Pencil, equivalente ao Grand Prix das maiores premiações globais. Entregue em número bem comedido ano a ano, ele destaca trabalhos que costumam unir uma ideia incrível, uma execução exemplar (o famoso “craft”, em publicitês), resultados efetivos e que abrem um novo caminho como referência para a comunicação. Como exemplo, apesar de o Brasil figurar quase sempre entre os 5 países mais premiados do evento, nunca um trabalho nacional conquistou um lápis preto.
Revelando seus vencedores neste fim de maio, o D&AD entregou apenas três Black Pencils em 2021. Abaixo, você confere cada um deles:
“#Wombstories”, da AMV BBDO (Londres) para Bodyform (Essity)
Marca de absorventes da empresa Essity, a Bodyform vem entregando campanhas de enorme destaque nos últimos anos. Depois de cases premiados como “Viva la Vulva” e “Blood Normal”, chegou a vez de #Wombstories, ou “Histórias de úteros”. Em um filme de 3 minutos que mistura live action e animações, são contadas histórias reais de mulheres envolvendo querer ou não querer ter filhos, sofrer com o período menstrual e menopausa, entre outros casos.
“Boards of Change”, da FCB Chicago para a cidade de Chicago
Para apoiar movimentos como o Black Lives Matters e garantir que a população (especialmente a negra) tivesse voz também nas urnas, a cidade de Chicago iniciou o projeto Boards of Change. Criado pela FCB local, a ação usou placas de compensado que tampavam lojas durante a pandemia e foram grafitadas com mensagens de protesto para formatar cabines de votação, espalhadas pela cidade com um QR code que facilitava cada cidadão a se pré-registrar para votar. Ganhando notoriedade gigante na mídia americana nacional, a iniciativa ajudou Chicago a bater recordes no número de novos registros e de votantes no ano passado.
“True name”, da McCann Nova York para Mastercard
Quase impossível imaginar quando não se passa por isso, mas o simples uso do cartão de crédito em um estabelecimento pode ser o ponto de partida para o preconceito contra uma pessoa trans. Afinal, até então, o que aparece gravado nele é nosso nome de batismo, que muitas vezes não é o qual essa pessoa se identifica. O projeto tornou possível e simples para os clientes em definirem qual o nome desejam em seus cartões, ação traduzida em um comercial explicativo, protagonizado por atores transgêneros e não-binários, mostrando que, para eles, um “cartão seguro” muitas vezes tem um significado muito mais profundo.