Do escambo ao clique: como o consumo transformou nossa sociedade

A atividade do consumo está intrinsecamente ligada à dinâmica social.
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Hoje, em pleno século XXI, num estado quase pós-pandêmico, que disseminou de vez a compra online de qualquer item, em qualquer lugar e a qualquer momento, isso tudo já é tão recorrente no nosso dia-a-dia, tão comum, que nem parece um movimento relativamente novo.

Se pararmos para pensar, a própria internet não está há tanto tempo assim em nossas vidas – nasceu em 1969 – e, nesse curto intervalo de tempo, muita coisa surgiu de novidade para facilitar a rotina e trazer mais comodidade para a população, que rapidamente foi se adaptando e evoluindo em conhecimento sobre como consumir nesse novo mundo hiperconectado.

Se formos desenhar uma rápida linha do tempo da evolução do consumo e, principalmente, dos hábitos do consumidor, devemos lembrar que a origem de tudo está na necessidade do ser humano em possuir algo que ainda não tem, mas que precisa de alguma forma e não tem meios ou capacidade de conseguir sozinho.

Dessa forma, a humanidade começou a se relacionar comercialmente a partir do momento em que, nas primeiras comunidades, cada indivíduo ou chefe familiar detinha uma habilidade ou item específico necessário para a sobrevivência de seu núcleo. Apesar de eficiente, se um agricultor usasse todo o seu tempo e esforço plantando batatas, não teria tempo para pescar.

Além disso, seu vizinho era um exímio pescador, mas não tinha batatas suficientes para toda a sua família; nesse ecossistema de necessidades surgiu o escambo, ou seja, a troca de um produto ou serviço por outro, para que fosse possível satisfazer as necessidades de todos na comunidade.

Com o desenvolvimento das atividades, as trocas ficaram mais complexas. O produto oferecido por um trabalhador que não atendia às necessidades de outro e, em meio a evolução das necessidades, cada vez mais exigentes, também passa a surgir a moeda para ajudar a minimizar as dificuldades nas trocas e que passa a dar mais ou menos valor para determinado objeto ou item.

Logo depois começam a surgir os mercados, lojas e, com o crescimento exponencial da população mundial, a demanda só aumentava. Avançando na cronologia, chegamos na revolução industrial, que possibilitou a expansão do comércio mundial e a mecanização de tarefas, aumentando a produtividade e, consequentemente, o lucro.

O aumento da produtividade gerou a concorrência. A necessidade de enaltecer o produto, seja por preço ou por qualidade, passa a ser essencial e, para isso, os comerciantes começaram a contar com o auxílio de uma poderosa ferramenta de comunicação de massa: a propaganda, que trilha caminhos entre motivações de consumo variadas, desde as inerentes a sobrevivência, segurança do indivíduo e sua família, como as motivações sociais, emocionais e realizações pessoais. Cada vez mais soluções vão sendo criadas, ou seja, mais produtos e serviços passam a ser oferecidos no mercado.

Com o constante progresso e investimento em novas tecnologias para maximizar os lucros, chegamos ao advento da internet. O consumidor agora passa a ter acesso ao conhecimento e a um novo mundo de possibilidades de produtos e serviços. As barreiras territoriais são vencidas em alguns cliques e isso muda mais uma vez as relações e os hábitos de consumo.

Fato é que, os hábitos de consumo sempre estiveram e estarão em mudança, pois a atividade de consumir está intrinsecamente ligada à dinâmica social. Além disso, a necessidade de se diferenciar da concorrência leva as empresas a aprimorarem, cada vez mais, seus produtos e serviços, fazendo com que a indústria e os hábitos de consumo estejam em constante evolução. O que antes estava ligado diretamente e somente ao preço e qualidade, hoje já não é mais uma realidade; a exigência do consumidor tem muito mais a ver com a emoção e experiência oferecidas durante a jornada de compra.

Chegando aos dias de hoje, mesmo antes de todas as transformações que impactaram o mundo devido à pandemia, o cenário não parou de mudar. Com acesso à informação e capacidade crítica, o valor da compra está também na vivência completa com as marcas com quem se relaciona, sendo assim, o novo foco está entre as relações estabelecidas entre marcas e consumidores, e a estratégia deve ser pautada no propósito, que agora passa a ser um fator importantíssimo no jogo de conquista de reputação de marca e, consequentemente, do consumidor mais empoderado e exigente.

Uma pesquisa da DraftFCB mostrou que, no Brasil, cerca de 49% das pessoas entendem a reputação da marca como o item de maior peso para a tomada de decisão.

Em meio a tudo isso, as marcas devem buscar entender quem é seu público e o que o motiva, o que o inspira. A ideia é como preencher alguma lacuna ou ajudar diretamente o cliente a alcançar seu propósito de vida – esse é o desafio atual.

Para ajudar nessa empreitada complexa, as empresas de tecnologia têm sido importantes aliadas das marcas, mostrando onde estão os consumidores mais interessantes, que têm mais fit com ela; como ir ao encontro deles e em qual momento; como criar diálogos verdadeiros e fortes a ponto de construir um relacionamento com eles.

Com ferramentas inovadoras, as empresas de tecnologia entregam experiências e impactam o cliente de forma que a marca possa participar de sua vida e seja referência para soluções, sendo um grande fator de diferenciação competitiva.

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