Mad Max Fury Road é de 2015, mas a ideia nasceu em 1999. E de um jeito incrível. Vou contar.
A imagem acima é de um storyboard (eu diria que é mais um conceptboard), feito no dia 15 de março de 1999 pelo quadrinista inglês Brendan McCarthy, que acabou participando ativamente do roteiro e da produção final do filme.
Brendan tem uma história bacana com o MMFR. Quando ele tinha uns vinte e poucos anos, foi assistir “Mad Max 2: The Road Warrior” no cinema e quando acabou a sessão, ele foi lá na bilheteria, entrou na fila, comprou outro ingresso e assistiu tudo de novo.
“I was in a semi-religious state. The film was a magnificent punk masterpiece”
Na época ele já desenhava HQs para a Marvel e para a DC Comics e ficou completamente apaixonado pela linguagem do filme. E durante 15 anos ficou na cola do diretor australiano George Miller até finalmente capturá-lo no lobby do Hilton de Beverly Hills, anos depois.
Desde aquela sessão de cinema fatídica, Brendan acabou fazendo vários storyboards para diretores famosos como Tim Burton e David Lynch e com esse histórico, conseguiu desenrolar o agora famoso “storyboard original” na mesinha do café e encantar George Miller, com cenas que acabaram sendo mantidas até o final, como a tempestade de areia e o cinto de castidade. Outras, infelizmente ficaram de fora, como a dança erótica na lama.
O resto é história, os dois acabaram criando um forte vínculo criativo e fizeram juntos o Fury Road. Praticamente, um paradoxal “fan-mad” profissional.
As imagens que ilustram este post fazem parte do storyboard final, utilizado na produção.