Ninguém vai lembrar de você daqui duas gerações

Hoje pela manhã estava lendo sobre essa nossa breve passagem aqui pelo planeta, daquelas coisas ótimas para redimensionar o ego e colocar tudo nas devidas proporções.
"Ninguém vai lembrar de você daqui duas gerações" "Ninguém vai lembrar de você daqui duas gerações"

Hoje pela manhã estava lendo sobre essa nossa breve passagem aqui pelo planeta, daquelas coisas ótimas para redimensionar o ego e colocar tudo nas devidas proporções.

Dizem que todo mundo morre duas vezes:
1. quando o nosso coração para de bater
2. quando nosso nome é pronunciado pela última vez (raro depois de duas gerações).

O texto indagava se isso era ou não algo que deveria nos incomodar: o fato de que a maioria de nós será mesmo esquecida dos bisnetos pra frente.

Mas o que eu gostei mesmo foi de uma história curtinha que serviu de insight para exemplificar que o futuro é mais uma consequência direta do nosso presente do que um alvo.

Jacqueline Du Pre vai te ensinar.

Jacqueline Du Pre foi uma violoncelista prodígio.

Começou a tocar com apenas 4 anos de idade e logo depois já excursionava por toda a Europa, fazendo grandes apresentações.

Certa vez, aos 6, ela estava saltitando com seu violoncelo pelos corredores de um teatro com um sorrisão no rosto, quando foi interrompida por um funcionário:

– “Mas que alegria mocinha! Aposto que a sua apresentação foi um sucesso não é mesmo? Parabéns!”

Ela respondeu:

– “Não, eu ainda não me apresentei! Estou indo para o palco agora!”

Não importa que hoje muito pouca gente se lembre do nome de Jacqueline Du Pre. Ela morreu em 1986, com 42 anos de idade, depois de uma longa batalha com uma esclerose múltipla que a separou de seu violoncelo aos 27.

Mas naquele dia, com apenas 6 anos, ela estava tão alegre e ansiosa para se apresentar que saltitava EM DIREÇÃO a um ponto incerto no futuro, o que convenhamos, normalmente é motivo de medo e apreensão para a maioria das pessoas.
Mas pra ela não. Estava feliz porque estava INDO para o palco e não porque estava SAINDO.

A moral desse curto episódio é que, mais importante do que se preocupar em ser lembrado daqui duas gerações, é nunca esquecer de saltitar, como a pequena Jacqueline Du Pre, em direção as coisas que cada novo dia nos traz.

É ter prazer no antes, no durante e no depois (e não só nele). Não deixar para se sentir vivo só nos aplausos. Porque sua plateia ainda não sabe, mas VOCÊ SABE que está levando algo especial para eles. Você está levando um presente.

Você tem uma apresentação importante para fazer? Talvez no trabalho, ou em um palco mesmo, ou uma reunião importante, alunos para encantar, uma cirurgia para curar, uma prova para atestar…

Claro, prepare-se o melhor possível.

Mas jamais se esqueça de, no caminho… saltitar a alma… como fazia a pequena Jacqueline Du Pre. Ansiosa por performar e não pela aprovação. Consciente do momento mágico à frente. Abrace o pacote, o nervosismo o medo, a alegria… tudo junto. Tudo é motivo. Viva cada instante.

“Estou prestes a me apresentar”.

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