Quantos números de telefone você sabe de cor?

Quantos números de telefone você sabe de cor? Quantos números de telefone você sabe de cor?

Tenho o hábito de, quando estou com o Facebook aberto no celular, salvar algumas notícias para depois ler no computador. É fácil, você clica na setinha do lado direito e tem lá: salvar link. Costumo, ao chegar no trabalho, dedicar alguns minutos para ler esses links salvos. O fato angustiante é que sempre tem mais notícia a ser lida do que tempo suficiente para lê-las. E por lá, elas vão ficando e me angustiando cada vez mais. Hoje parei para dar uma olhada em quantos links haviam por ali e pasmem! Mais de 100 salvos esperando pela minha leitura, dentre eles: artigos acadêmicos, colunas de jornais, eventos que já ocorreram, entrevistas, etc. Alguém já passou por algo parecido?

A velocidade da notícia nos dias de hoje é algo surreal. São tantas disponíveis o tempo todo, que o ser humano fica perdido e em muitas ocasiões, opta por nem ler, vem à tona em seu pensamento: ah, amanhã deve aparecer algo novo sobre esse assunto, para que vou perder tempo com isso? E aí, o tempo passa e cada vez mais o hábito da leitura vai se perdendo por aí.

É da leitura que surge o repertório, surgem as conversas de bar, as da hora do jantar depois de um dia estressante de trabalho, etc. Sem repertório, a vida se torna rasa, vazia de opiniões profundas e solidificadas. Sem repertório, a memória se esvai. Ou seja, a noção de que ao não estarmos conectados perdemos boa parte da vida, é vã. O indivíduo que está conectado deixa para emergir em suas reflexões, depois, e depois, e depois. A correria de todo dia limita o tempo da leitura e do pensamento crítico e consequentemente, da nossa memória. O que seria de nós mortais sem a memória? O que seria de uma sociedade toda sem reminiscências?

Já parou para pensar que você não tem decorado nem os telefones das pessoas mais próximas? Nossa memória está cada vez mais preguiçosa. Os caminhos então, a gente confia no Waze até às últimas consequências. Mas antes dele, como era? Nós líamos placas e memorizávamos as informações do caminho que nos eram passadas. Aquele “vai reto toda vida” que era comum de ouvir, está entrando em extinção.

Quantos livros você leu neste ano que está praticamente no fim? Ainda dá tempo de preencher pelo menos uma mão. Você não vai se arrepender. Aliás. Você lembra de todos os nomes dos livros já lidos?

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