Sina, baterista

Sina, baterista Sina, baterista

Sina é uma baterista alemã, atualmente com 18 anos, mas que começou a tocar aos 10. Conheci por puro acaso, navegando pelo Youtube (Sina Drums), uns dias atrás. O me chamou a atenção foi o repertório pouco provável para uma adolescente, muito focado nos clássicos do rock, em especial nos rock progressivos dos anos 70, além de toda base dos 60, Beatles, Stones, The Who, Kinks, etc .

O primeiro cover que assisti foi de “Roundabout”, do YES, que ela subiu na semana passada.

Devo confessar que fiquei emocionado, não necessariamente pela performance (que é ótima), mas porque achei o máximo ver aquela ruivinha alí, cabelão, jeans rasgado, mas ao mesmo tempo super dedicada e com um video feito com aquele carinho de quem tá realmente envolvido com uma paixão. Edição bacana, uns letreiros trazendo informações biográficas dos bateristas que ela admira e tal. Achei legal ver uma menina tão jovem, descobrindo algo que eu também descobri mais ou menos com essa idade, uma viagem pra vida toda. Fiquei imaginando quanta coisa ela deve estar descobrindo e o quanto deve estar se encantando, exatamente como aconteceu comigo. E o melhor: ela toca.

Bom, dei um pulo lá no site dela e aí que gostei de vez da garota, olha a primeira declaração que encontro:

“Today it’s all about DJs, producers, Loops, Sequencers, Sampling. I don’t like this development, so I started collaborating with many different artists from all over the world in order to create some real music, played by actual musicians on actual instruments.”

Demais.

Enfim, o que vale o post é, além de compartilhar a ruivinha roqueira,  a atitude. Vivemos numa época maravilhosa, cheia de facilidade de acesso à referências e de recursos que até 15 ou 20 anos atrás eram caríssimos e que agora estão aí disponíveis para tanta gente talentosa no planeta. Esse é o verdadeiro “empoderamento” (bleargh), essa é a verdadeira atitude, aquela que descobre o seu chamado e que parte para a ação ao contrário de tanta gente por aí nas redes só papagaiando ideologias mas sem fazer qualquer movimentação de fato que vá além do discurso e da vontade de projetar uma imagem engajada. Adoro gente que faz, mais do que qualquer coisa. Ver uma menina martelando a batera e desenterrando sons dinossáuricos da melhor das décadas do rock, editando seus videos, correndo atrás de patrocinadores, fazendo colaborações com outros moleques talentosos… essa é a turminha que tem a minha admiração. Gente ocupada demais com suas paixões para ficar administrando a “persona incrível”.

Pronto, chega de discurso (desculpe, eu implico com dinâmicas de rede e fico rabujento, mas logo passa). Deixo você com um pouco mais dos covers da Sina. Que ela sirva de insight e inspiração.

Pinball Wizard (The Who)

Tom Sawyer (Rush)

Right Now

Twenty-One Eleven (composição própria, junto com o pianista Mark Moody)

Tá bom né? Fuça lá o canal da Sina, tem um montão de videos.

19 comments
  1. Meu nobre Boa tarde. Se escreveu eu não achei ou li rápido demais? Qual a bateria que ela usa e sua configuração? É uma Ludwing? Essa de cor laranja acrílica. Informações assim são importantes. Obrigado

  2. Foi amor à primeira batera…, a atitude dela, orientada ou não, é o que vale (mais até que o amor e a óbvia dedicação pelo instrumento) O mundo não está perdido, afinal. ;-)

  3. o q vc escreveu foi transmissão de pensamento comigo, letra por letra.

    Sina e amigos são os gênios dos dias atuais. São tão jovens e vão fazer muito ainda.

    Valeu, Wagner.

  4. Por acaso, deparei-me no Youtube com um dos vídeos de Sina. Claro que um foi puxando o outro. Claro também que a emoção e admiraçao foi tomando conta, pelo repertório contraditório à sua geração. Sina é o misto de talento e bom gosto musical. Vê-la tocar os clássicos é sensacional! Que venham mais e mais vídeos…

  5. Wagner, se ainda não conhece, vale a pena conhecer a parceirinha dela em alguns trabalhos, a canadense Jadyn Rylee de 11 anos , dona de uma voz incrível, algumas musicas tiveram a participação de outro jovem na guitarra, o Andrei Cerbu, ainda temos de que o rock terá guardiões nas futuras gerações

    1. Por acaso, deparei-me no Youtube com um dos vídeos de Sina. Claro que um foi puxando o outro. Claro também que a emoção e admiraçao foi tomando conta, pelo repertório contraditório à sua geração. Sina é o misto de talento e bom gosto musical. Vê-la tocar os clássicos é sensacional! Que venham mais e mais vídeos…

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