Não são as respostas que movem os mundos, mas as perguntas. Foi fazendo as questões certas, por exemplo, que Kara Swisher chegou aonde está: co-fundadora da Recode, plataforma de negócios e tecnologia da Vox Media; apresentadora e produtora dos podcasts Recode Decode e Pivot; escritora opinativa no The New York Times; colunista da CNBC e, em poucos dias, será também uma das keynote speakers do SXSW, quando divide o palco com um convidado especial – que, embora não tenha sido divulgado o nome, certamente será alguém “importante”, visto que Kara costuma compartilhar o microfone com executivos do calibre de Mark Zuckerberg.
Os holofotes de Austin, na ocasião, iluminam a trajetória de uma mulher que fez da língua afiada a sua única arma. Munidade uma segurança que incomodou muitos de seus chefes – em certo momento ela quase perdeu uma oportunidade de trabalho por ser “confiante demais”, segundo o contratante –, kara é uma das pessoas mais vocais quanto às responsabilidades midiáticas.
Para ela, as maiores plataformas de mídias sociais funcionam como uma empresa de jornalismo, já que sobrevivem também do compartilhamento de informações, decidindo o que, como e quando as pessoas acessam esse conteúdo. Tudo isso, segundo a jornalista, é função da mídia tradicional, e é preciso repensar a responsabilidade que recai sobre esse tipo de poder.
Mas antes de se tornar essa mulher forte, que sabe exatamente o que perguntar, Kara foi também moldada pelos lugares onde trabalhou e os chefes que teve – sejam eles bons ou ruins. O primeiro, por exemplo, Jack Shafer, não lhe oferecia muito como mentor. “Fui contratada para uma posição para a qual não tinha a qualificação necessária na época, e acho que ele percebeu isso, porque me demitiu”, depois passou por outras redações, e foi até ghostwriter do republicano John McLaughlin, apesar de sua posição política contrária.
Dele, Kara não guarda saudade alguma, pois ainda lembra de como McLaughlin assediou uma de suas amigas e como maltratava a equipe, apesar de aparentemente respeitá-la por sua força.
Foi quando entrou para a equipe do Washington Post que Kara viu seu talento ser realmente lapidado, uma vez que teve a “sorte” de responder a chefes cujas posturas eram de mentores.
A maturidade, aliada aos anos de experiência em algumas das redações mais importantes dos EUA e do mundo logo colocaram Kara no lugar onde ela sabia, desde o princípio, que seria seu: no topo; sob a luz do holofote.
E é deste importante espaço de destaque que a jornalista deve explanar sobre o presente e o futuro da mídia em tempos de redes sociais.