Miyoshi Mononoke Museum: dedicado ao folclore e aos monstros japoneses

Miyoshi Mononoke Museum: dedicado ao folclore e aos monstros japoneses Miyoshi Mononoke Museum: dedicado ao folclore e aos monstros japoneses

No último mês, o primeiro museu dedicado aos monstros sobrenaturais do Japão foi inaugurado. O espaço permite que os visitantes vivam uma verdadeira imersão ao mundo yokai – a classe de criaturas sobrenaturais do folclore japonês – por meio de artefatos históricos e instalações digitais interativas. 

O Miyoshi Mononoke Museum, ou formalmente o Yumoto Koichi Memorial Japão Yokai Museum, foi inaugurado na cidade de Miyoshi depois que Koichi Yumoto, etnólogo de 68 anos e pesquisador de yokai em Tóquio, doou cerca de 5 mil itens de sua coleção. O benfeitor vinha acumulando as peças de arte ao longo dos últimos 30 anos. Há materiais variados, como gravuras, xilogravuras, livros, pergaminhos, múmias, quimonos, armas, talismãs, telas, estátuas, brinquedos, pratos e demais utensílios domésticos.

Miyoshi Mononoke Museum: dedicado ao folclore e aos monstros japoneses

A cidade de Miyoshi abriga o museu não à toa. Ela é o cenário de uma das histórias mais famosas da literatura japonesa, “Ino Mononoke Roku”, uma coleção de contos escritos ao longo do período Edo (1603-1868) que conta uma série de estranhas assombrações que ocorreram na região. As histórias foram reunidas e compiladas no século XX formando o que hoje é conhecido como “Ino Mononoke Roku”. Durante o período em questão, elas foram amplamente divulgadas em todo o Japão, tendo sido impressas, pintadas e apresentadas em diferentes formas de narrativas. A influência dessa coleção chega até os tempos atuais, aparecendo inclusive na cultura popular moderna. Misturando ficção com realidade, as histórias contam com alguns nomes e lugares reais, com registros históricos relacionados a eles. Existem até documentos da época que revelam que muitos turistas estavam indo até Miyoshi para testemunhar as tais assombrações, atrapalhando até os habitantes locais. O governo teria chegado a proibir a entrada de novos visitantes.

Voltando ao museu: ele foi construído em um antigo armazém tradicional japonês, mas na sua dinâmica combina tecnologia moderna com o acervo histórico. Os artefatos da coleção de Yumoto estão expostos em uma sala escura, porém iluminados por holofotes. Projetores exibem yokai animados que rastejam pelas paredes e grandes telas touchscreens, proporcionando bastante interação entre público e exposição. Tocando nos yokai, é possível fazê-los rodar, dançar e o que mais a pessoa quiser, ou ainda pesquisar informações a seu respeito, dentro de um grande banco de dados virtual do museu. Outras informações já divulgadas sobre o espaço revelam que é permitido fotografar em quase todas as áreas e que, na saída, há uma loja de souvenirs para os fãs de yokai.

Vale registrar ainda que, no último mês de maio, a região recebeu o Miyoshi Mononoke Festival, evento que reuniu alguns dos maiores especialistas em yokai do mundo conversando sobre temas relacionados a essa cultura. 

O vídeo feito para divulgar a abertura do museu é, claro, todo legendado em japonês, mas bem divertido:

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