Falar sobre violência doméstica é sempre muito delicado, em qualquer lugar do mundo. Especialmente, porque as pessoas relacionam ela à agressão física e isso é errado, porque esse é só o começo – ou, muitas vezes, o fim. É fundamental desconstruir tal imaginário, já que, além dela, há ainda outros tipos de violências: psicológica, moral, sexual e patrimonial. Muitas vezes, elas começam sem que se perceba, por uma cultura enraizada e aprendizados absorvidos na memória de um ambiente familiar, que, somados, formam nossas referências.
Uma pesquisa na Ásia revelou que seis em cada dez mulheres indonésias casadas trabalham, mas apenas três em cada dez maridos indonésios estão dispostos a cozinhar. Ou seja: ao afirmarem que “não estão dispostos a cozinhar”, deixam a boa mensagem de que o ato ainda é uma tarefa atribuída às suas mulheres. Eita.
Bom, como temos repetido, a propaganda tem um papel fundamental, desde provocar debates e reflexões, à interferir em comportamentos e quebrar estereótipos, ao equilibrar a presença e perspectiva dos personagens – nem que seja para causar desconforto e constrangimento. Foi o que a Heinz fez, com o objetivo de inspirar e capacitar mudanças na cozinha, ao publicar um filme “unbranded”, onde um garoto registra uma cena doméstica abusiva, cuja repercussão atingiu incríveis 250.000 curtidas e 23.000 comentários, no primeiro dia! Confira abaixo a ação, que tem como conceito: “Maridos de verdade cozinham. Hoje. E no futuro.”
Aproveitando o gancho, vale destacar que o site do Instituto Maria da Penha traz um ciclo comum da violência doméstica, absolutamente fundamental, para que as mulheres aprendam a identificar e perceber se estão vivendo uma situação de abuso. Espie: