O filme Harriet, que retrata a trajetória de uma das principais líderes do movimento abolicionista dos Estados Unidos, Harriet Tubman, ganhou um trailer oficial.
O vídeo mostra um pouco da luta da ex-escrava para libertar sua família e outros negros, também escravizados por fazendeiros, focando em como ela se tornou uma representante do movimento até ser consagrada como heroína pelo seu povo. A trilha sonora, ao que tudo indica, será de peso, assim como a direção de arte, que inclui cenas de grandes batalhas e momentos de tensão.
A direção de Harriet é assinada por Kasi Lemmons e traz Cynthia Erivo no papel principal. O elenco conta ainda com Janelle Monáe (de Estrelas Além do Tempo), Jennifer Nettles (de The Righteous Gemstones) e Leslie Odom Jr. (de Assassinato no Expresso Oriente). A estreia nos EUA acontece já em novembro, enquanto no Brasil o filme chega em meados de fevereiro do próximo ano.
História real
Harriet Tubman foi responsável pela fuga de centenas de escravos das fazendas do sul dos Estados Unidos rumo ao norte do país, onde não havia escravidão, e ao Canadá, entre os anos de 1850 e 1860. As expedições eram feitas por meio de uma estrada de ferro subterrânea, em uma complexa rota de fuga, com diversos caminhos criados pelos abolicionistas para resgatar os negros cativos americanos.
A ex-escrava, que acabou se tornando símbolo do abolicionismo, nasceu em 1820, mas como os escravos não recebiam certidão de nascimento, não há como precisar em que dia e mês isso aconteceu. Como eles também não podiam aprender a ler e escrever, ela permaneceu analfabeta ao longo de toda sua vida. Ainda assim, Harriet fez importantes discursos em defesa do sufrágio feminino, sendo assim uma das pioneiras dos direitos civis das mulheres de seu país.
Tubman começou a ser escravizada aos cinco anos de idade, quando foi cedida pelo seu dono, o fazendeiro Edward Brodess, para cuidar de uma criança na fazenda vizinha. Se durante a noite o bebê chorasse, Harriet era chicoteada no pescoço – foi ali que ela ganhou suas primeiras cicatrizes físicas da escravidão. Na adolescência, ela foi acertada por um peso de ferro na cabeça, o que resultou em sequelas eternas – por essa razão, frequentemente ela caía em um sono profundo e demorava a despertar. Além disso, ela tinha alguns episódios de convulsão, também causados pela lesão.
Ela chegou a se casar mas, ao sugerir ao marido que fugissem, ele decidiu romper a união. Foi quando Harriet fugiu para a Filadélfia, foi abrigada e se aliou aos movimentos da abolição. As primeiras pessoas que ela conseguiu libertar foram de sua própria família – em uma missão bem sucedida. O resgate foi o primeiro das cerca de 20 missões que, mais tarde, ela lideraria – o que resultou na libertação direta de mais de 300 escravos. Harriet nunca chegou a ser capturada – mesmo durante um momento em que ofereciam 40 mil dólares para quem conseguisse apanhá-la.
Na Guerra Civil Americana, Tubman se alistou nos Exércitos da União e exerceu diferentes funções, como cozinheira e enfermeira. Ali, criou uma rede de espionagem para captar informações dos exércitos confederados. Mais tarde, em 1863, ainda se tornou a primeira mulher a ter papel protagonista em uma operação militar dos EUA. Após a Guerra, ela voltou para New York, onde sua família estava residindo após a passagem pelo Canadá. Em 1869, se casou com um veterano de Guerra e deu continuidade à sua militância em movimentos sufragistas e dos direitos das mulheres e dos negros.
A abolicionista morreu de causas naturais em 1913, aos 93 anos.
Bom, ao que tudo indica… um filmão.