A plataforma canadense de monitoramento de saúde BlueDot notificou seus clientes sobre um surto de coronavírus antes que os avisos fossem enviados pelos Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O BlueDot usa processamento de linguagem natural – e machine learning – para filtrar notícias online, dados de bilhetes de companhias aéreas e redes de doenças animais para prever – automaticamente – zonas potencialmente perigosas para doenças infecciosas em todo o mundo.
Segundo o portal Quartz, a empresa alertou seus clientes sobre o surto de coronavírus em 31 de dezembro, dias antes do aviso do CDC em 6 de janeiro e do aviso da OMS em 9 de janeiro.
A ação é um exemplo da importância da transparência dos governos, e de documentar tudo o que acontece pelo planeta que vá afetar de modo abrupto todo um ecossistema. Nesta última segunda-feira Zhou Xianwang, o prefeito de Wuhan, cidade da China considerada o marco zero, admitiu em rede nacional, por canal de tv estatal, ter omitido informações sobre coronavírus e ofereceu renúncia.
“Sabemos que não é possível confiar nos governos para fornecer informações em tempo hábil“, explicou Kamran Khan, fundador e CEO da BlueDot. Na segunda-feira, mais de 80 pessoas morreram como resultado do coronavírus, que até agora infectou cinco pessoas nos Estados Unidos.