Extremamente inspirados, os integrantes do Sepultura lançam o novo disco “Quadra”. Disco duplo, dividido em quatro partes – cada uma com três músicas que remetem/celebram estilos que a banda desenvolveu ao longo dos 35 anos de carreira e, no caso, elevaram à patamares interessantíssimos. O que é realmente motivo de orgulho e inspiração. São evoluções temáticas e técnicas cuidadosas e muito claras.
A palavra “quadra” pode ser usada de várias formas, entre elas, para definir “quadra esportiva” que é uma área limitada com demarcações regulatórias, onde, de acordo com um conjunto de regras, o jogo ocorre. É uma analogia às barreiras, limites e fronteiras que colocamos em tudo (fisicamente ou não).
“Todos nós viemos de diferentes quadras – países e nações com suas fronteiras e tradições, cultura, religiões, leis, educação e um conjunto de regras onde a vida acontece. Nossas personalidades, crenças, o modo de vida, a construção das sociedades e dos relacionamentos… tudo depende desse conjunto de regras com as quais crescemos. São conceitos de criação, Deus, morte e ética”, conta Andreas Kisser.
“Com o Quadra estamos explorando as possibilidades novas que o Machine Messiah trouxe. O lado A é mais tradicional, thrash metal, que representa o discurso do Sepultura, mas com elementos novos; o B é mais percussivo, com ritmos brasileiros; O C vai um pouco mais além com o violão, mais instrumental como característica geral. É ir um pouco mais além; e o D é aquela coisa mais ‘groovada’, lenta, com melodia. Quadra é uma consequência do crescimento do Sepultura”, explica Kisser, guitarrista da banda.
Um dos grandes destaques do disco e um fato inédito na banda é a participação de músicos convidados nos vocais. “Quadra” traz Emmily Barreto, do Far From Alaska, para a última faixa do disco.
Aproveito para destacar as três faixas que fecham o disco (gostei muito, mesmo sendo sempre suspeito) e vou deixar aqui um ótimo faixa a faixa do Gastão (que concordei totalmente):
Ouça o disco todo aqui:
A foto em destaque é de Marcos Hermes.
