Em 1994, um cara apaixonado por desenhos animados chamado Jerry Beck resolveu descobrir quais eram as melhores animações já produzidas, para ter a certeza de ter assistido as melhores mesmo. Resolveu ir atrás de nada mais nada menos que 1000 profissionais ligados a industria da animação. Ia anotando, um por um, as referências e preferências e no final montou uma listona poderosa, com os 50 maiores cartoons de todos os tempos.
Dos 5 primeiros, 4 são de Chuck Jones, o pai do Pernalonga e companhia. E você já deve ter assistido alguns desses, talvez ainda criança, sem saber que eram assim tão importantes.
Separei o primeiro colocado: What’s Opera, Doc? Uma ópera estrelada pelo Hortelino (que quer a todo custo, “kill the Wabbit”) e, claro, pelo “Wabbit” em pessoa, o Pernalonga.
Então, só para garantir que você tenha guardado aí no seu baú mental o maior desenho de todos os tempos, vamos assistir e depois a gente continua o post.
Outro grande feito do Chuck Jones foi ter apresentado música clássica para uma geração inteira, sem que a gente se desse conta de que isso estava acontecendo.
Com certeza a primeira vez que eu prestei atenção (ainda que quase subliminarmente) em uma música clássica, foi assistindo um desenho animado da Warner, o que é uma benção porque logo de pequeno desvia a música clássica para uma gaveta emocional divertida e não aquela cheia de pompa. Até hoje, se eu escutar Rossini, Strauss ou qualquer coisa que tenha um pizzicato (que é aquela dedilhadinha no violino) assim ó:
Pizzicato
E foi justamente pensando nisso que outro cara sensacional chamado George Daugherty, maestro ferradão, criou há vinte anos um espetáculo que é sucesso até hoje, com um telão gigantesco e uma orquestra sinfônica, que passeia pelo mundo projetando esses desenhos, e fazendo a trilha ao vivo. é o Bugs Bunny at The Symphony.
Eu não conheço uma forma melhor de se iniciar nos clássicos. Da música e da animação.