“Copy nothing”. Não copie nada. Mas será mesmo?
De olho na transição para os modelos elétricos, a Jaguar lançou seu rebranding postando um vídeo um tanto quanto inusitado, mais parecido com um desfile de moda do que da marca Jaguar.
O filme de lançamento
Não demorou muito para causar reações. No Instagram, já são mais de 2M de views e mais comentários do que likes. No X, o post tem mais de 60M de impressões. A grande maioria são críticas.
Bud Light feelings.
A nova marca
A famosa logo do Jaguar em pose de ataque também foi totalmente refeita sem carregar qualquer elemento da marca original.
A logomarca original da Jaguar, conhecida como “Leaper”, apresenta um jaguar em salto, simbolizando elegância, potência e velocidade. Sua origem remonta a 1945, quando a empresa adotou o nome Jaguar. O emblema foi inspirado no ornamento de capô criado em 1938 pelo escultor Bill Rankin, posteriormente refinado pelo ilustrador automotivo Frederick Gordon Crosby. Essa imagem tornou-se um ícone da marca, refletindo seus valores de desempenho e luxo.
Já a uma nova identidade visual segue a linha minimalista e traz apenas o nome jaguar em uma fonte completamente diferente e com outra personalidade. Surgem riscos associados a uma mudança que pode parecer cansada e desalinhada com os valores históricos e básicos da marca.
O perigo de um posicionamento que pode ser percebido como pouco autêntico
Com uma história de marca associada ao luxo e à performance, a Jaguar decidiu adotar uma postura mais woke e reinventar seu logotipo com um design minimalista. No entanto, essa mudança levanta questões sobre o timing e a genuinidade dessa transformação. Adotar um posicionamento tão distante do original pode ser visto como uma atitude oportunista, especialmente se não for coerente com a história e os valores da marca. Difícil estabelecer um limite entre evolução e modernização e um “personacídio”.
Exemplos de Repercussões Negativas
Marcas como Bud Light enfrentaram reações adversas ao tentar se reorientar rapidamente para atender a novas dinâmicas sociais, resultando em rejeição em massa de seus públicos tradicionais.
Quando uma marca se afasta dos valores que historicamente a definem, corre o risco de abrir mão de sua identidade o que pode ser visto como uma “traição” (lovebrands nos ensinam que os verdadeiros donos das marcas são, conceitualmente e idealmente, os fãs, especialmente os heavy users e os que compram de fato).
Outros que são “donos” de forma mais literal, como os acionistas, também se sentem traídos quando a vendas são impactadas. Esse efeito pode se tornar um grande equalizador, lembrando às empresas que, no final das contas, é a aceitação do consumidor que sustenta a marca.
It all makes sense now.
— Financelot (@FinanceLancelot) November 21, 2024
This is Santino Pietrosanti, Jaguar's new Director of Marketing since March 2024. https://t.co/S7glvZ5gPv pic.twitter.com/3MkYs50Gbm
The WOKE head of Marketing at Jaguar used to handle marketing at Bud Light
— The Pleb 🌍 Reporter (@truckdriverpleb) November 20, 2024
It all makes sense now pic.twitter.com/jDo5MWwmgp
It all makes sense now.
— Financelot (@FinanceLancelot) November 21, 2024
This is Santino Pietrosanti, Jaguar's new Director of Marketing since March 2024. https://t.co/S7glvZ5gPv pic.twitter.com/3MkYs50Gbm
This is Jaguar's director, Santino Pietrosanti. He says Jaguar is "committed to fostering a diverse, inclusive, and unified culture that is representative not only of the people who use our products but of the society in which we all live." pic.twitter.com/K0SRMZhkFo
— Andrew Beck (@AndrewBeckUSA) November 20, 2024
Santino Pietrosanti., Head of Brand Strategy da Jaguar
This is horrible
— Marques Brownlee (@MKBHD) November 20, 2024
It's also the most anybody has talked about Jaguar in 50 years https://t.co/Pmk3IOKlbv
Preservação do DNA e Alinhamento Estratégico
Para a Jaguar, o desafio é duplo: ela deve não apenas adotar novas tendências para se manter relevante, mas também integrar essas mudanças de maneira que ressoe com o DNA da marca. Ao buscar um equilíbrio entre inovação e tradição, a Jaguar deve garantir que suas novas iniciativas estratégicas estejam profundamente enraizadas em seu legado e em um entendimento claro do que seus clientes valorizam.
Sem isso, há o risco constante de que as mudanças sejam percebidas como desconexas ou artificiais por seu público-alvo, provocando um impacto negativo nas vendas e na imagem de longo prazo da marca. Portanto, a Jaguar precisará gerenciar cuidadosamente a narrativa dessa transição, enfatizando o compromisso contínuo com a qualidade e a exclusividade que sempre definiram sua marca.
À medida que a Jaguar navega por esta nova fase, é crucial que cada decisão seja cuidadosamente ponderada para evitar as armadilhas que outras empresas enfrentaram ao tentar se reposicionar rapidamente. A integração de novos valores sociais e ambientais deve ser feita de uma forma que respeite e preserve a autenticidade da marca, assegurando que ela continue a prosperar no altamente competitivo mercado automotivo.