Corona: os impactos de 2ª Ordem que você ainda não enxergou

Corona: os impactos de 2ª Ordem que você ainda não enxergou Corona: os impactos de 2ª Ordem que você ainda não enxergou
Corona: os impactos de 2ª Ordem que você ainda não enxergou
por @jdotcolombo e @mister_e

Trabalho assíncrono, realidade virtual para velhinhos, renda básica universal, corrida por liquidez e o jubileu do débito.


O coronavírus está chegando até você.
Gradualmente, então, de repente.
É uma questão de dias. Semanas, no máximo.
Hospitais ao seu redor ficarão sobrecarregados.
Muitos de seus compatriotas podem ter de ser tratados em corredores.
Equipes médicas trabalharão até a exaustão. Alguns padecerão.
Terão de decidir entre quem recebe oxigênio (ou remédios) e quem morre.
A única maneira de prevenir esse cenário é o distanciamento social. Não amanhã. Hoje.
Isso significa manter as pessoas em casa, tanto quanto possível. Desde já.


Essa epidemia é um grande teste do marshmallow para governantes. Fechar o país ontem por 2–3 semanas… ou daqui a um mês, por 6–10 semanas?

Todo mundo vai pegar o vírus. Você já deve ter percebido. Atores e atrizes famosas. Deputados e ministros. Colegas do escritório. Parentes, e você.

Por sorte, a essa altura, já temos exemplos práticos do que precisa ser feito para conter as piores consequências, do ponto de vista da saúde. No que tange a economia, o prognóstico não é tão claro.

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Essa incerteza se traduz em volatilidade nas bolsas. Vôos comerciais internacionais ficarão vazios por 3 meses… ou por 9 meses? Um dia papeis de Azul e Gol sobem 15%, no outro, despencam -30%.

Nessa pandemia, poucos morrerão (se agirmos direito). Muitos falirão.

Já tivemos recessões antes. Também já tivemos pandemias de vírus novos. Mas quando foi a última vez que as duas coisas aconteceram juntas?

Este não é um guia sobre como desacelerar a contaminação. Se estiver atrás disso, clique aqui.

É um panorama de possíveis implicações de segunda ordem do contágio, a reclusão social e os meses seguintes.

1. ? O Maior Experimento Global com Trabalho Remoto

Daqui a alguns anos, reuniões “cara a cara” vão ser tão especiais quanto um passeio no shopping.

Videoconferências em um clique substituirão congregações profissionais em boa medida. Assim como o one-click-ordering suplantou rotinas de compras no mundo físico.

Você ainda sai para comprar um terno uma vez por ano, ou vai às compras com a mãe uma vez por mês — para todo o resto, uma ordem pro dia seguinte na Amazon resolve mais fácil.

Nos próximos meses, empresas de serviço serão forçadas a reinventar processos de comunicação e tomada de decisão. Online, reuniões serão mais frequentemente convertidas em atas/notas, o que pode lhes turbinar a produtividade.

Por outro lado, são vetores prováveis de queda de rendimento: menos troca de informação emocional (intuição) entre colegas; pais/mães que terão inevitavelmente de trabalhar com filhos em casa.

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Mapa de provedores de serviço para times distribuídos/remotos. Por Turing

Em geral, aprenderemos a trabalhar menos em tempo real e mais em assincronia.

Apresentações (faladas e com horário marcado) perderão espaço para painéis (interativos e on-demand) na nuvem. Reuniões de feedback perderão espaço pra sistemas gamificados de metas sobrepostos a softwares de gestão.

Em setores específicos, a demanda por profissionais remotos vai sofrer escalada abrupta. Telemedicina e educação à distância são 2 dos mais óbvios.

2. ? Long Netflix, Short Casamentos

Populações inteiras ficarão em casa por mais tempo do que estão acostumadas, mais ou menos simultaneamente. Isto não é uma novidade na história da humanidade. Mas é inédito pelo menos na última década.

Indústrias da locomoção sofrem os impactos de primeira ordem. Gol e Azul vem liderando quedas na bolsa brasileira. Muita gente já anteviu a explosão de demanda por entretenimento doméstico — Netflix, videogames e sites pornô.

Algumas províncias na China relataram um aumento no número de pedidos de divórcio, conforme casais redescobrem a relação em confinamento. É esperado que a convivência exacerbada em pequenos círculos (leia-se: em casa) traga à tona tensões latentes. Mais ou menos quando dizem no Big Brother “que o confinamento deixa a cabeça diferente“. Suspeito que o efeito da clausura varie de país pra país, cultura pra cultura.

Pode ser que a reclusão de estudantes dê origem a uma onda de novos negócios (com times distribuídos), em certas regiões. Microsoft e Facebook foram fundadas durante períodos de reclusão na faculdade — justo quando as pessoas têm tempo para trabalhar em seus projetos pessoais. No Brasil, a Pagar.me foi fundada por dois estudantes que se conheciam só pela internet.

Em 1665, Cambridge fechou em meio à epidemia de plaga bubônica. Newton, que estudava lá, teve de ficar um tempo em casa — foi nesse meio tempo que desenvolveu a teoria da gravidade.

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Coincidência? Os maiores polos de contágio do Coronavírus estão na latitude ~40º: França, Itália, Irã, Wuhan, Coréia do Sul, Japão, Washington, Nova Iorque

3. ? Mais Uma Chance Para a Realidade Virtual

Usar óculos de VR para visitar zonas vítimas de catástrofes naturais não faz muito sentido. Usar VR para conversar com um avô com que você não pode entrar em contato por questões de saúde tem um apelo mais palpável.

Espere uma onda de novos produtos que explorem o potencial afetivo (e não tanto lúdico) do meio. Assim como experimentos em usabilidade para idosos.

Com o cancelamento em massa de eventos, nos próximos 2 meses, produtores testarão alternativas. Conferências em VR têm ganhado tração nas últimas semanas. Durante o “confinamento”, a carência por contato social é maior que a fricção de se aprender a usar a ferramenta.

e-Sports não precisam de audiência no estádio para congregar multidões, e devem fisgar parte dos entediados com o cancelamento que parece inevitável do Brasileirão e de outras ligas “físicas”.

4. ? Devaneios Monetários e Corrida por Liquidez

Já não faltavam razões para agressividade de política monetária global.

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Wuhan tem um dos laboratórios de biotecnologia mais avançados da China.

Com a perspectiva de alguns meses de demanda severamente esfriada, governos ocidentais não têm alternativa se não adotar medidas drásticas de estímulo. Convenhamos, é difícil estimular o gasto justo no momento em que as pessoas estão com receio de sair de casa. Em 2008, Bush foi à imprensa pedir para as pessoas continuarem indo às compras.

Com juros negativos em boa parte da Europa, e minúsculos nos EUA, resta pouco espaço para manobra. A ideia da renda básica universal (um salário “do governo pra todo mundo”) têm ganho tração após a campanha de Andrew Yang nos EUA, e aflora na atual conjuntura macroeconômica:

Por que não simplesmente emprestar 1000 dólares por mês a todos americanos, pelo tempo que durar o lockdown do Corona, a juros negativos?

Hong Kong já seguiu por este caminho: anunciou pacote de 9 bilhões de dólares para seus 7 milhões de residentes.

Se 2008 trouxe tempos difíceis para as grandes empresas, em 2020, a bronca pode ser com as pequenas e médias. Uma implosão deve começar 2–4 semanas depois do cancelamento de todos eventos públicos, aulas e vôos domésticos (ainda é uma incógnita se chegaremos nesse ponto). Poucos estão preparados para aguentar 2–3 meses de disrupção no fluxo de caixa.

Se 2008 viu uma evaporação de valor financeiro, seguida pelo arrefecimento real da demanda, agora pode ser o contrário.

Fundos de venture capital como Sequoia já vêm alertando seus empreendedores para que acessem todo o crédito (barato) que puderem.

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A mensagem deles é clara: durante a tormenta, cash é rei. É mais caro não se preparar do que se preparar.

Conta a lenda que a queda do Lehman Brothers em 2008 começou com um credor insignificante puxando mais liquidez do que o normal, o que foi percebido pelo resto, e deu início a uma dança das cadeiras.

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Níveis de desemprego na mínima, nos EUA, costumam anteceder recessões. Não são eles, mas as políticas que os puxam a níveis tão baixos que costumam tem consequências abruptas.

5. ♟ O Tabuleiro Geopolítico

Por ora, nessa rodada de algumas semanas de caos, a China é quem mais andou casas no tabuleiro.

crise social em Hong Kong foi silenciada. A matéria-prima barateou no planeta todo. A China é a maior detentora de dívida americana (a única coisa que se valorizou nesse mar de dias vermelhos), e tem oceanos de caixa para comprar participação em empresas agora com 30-50% de desconto em qualquer bolsa de ações. A centralização extrema do governo permitiu (o que parece ser) uma resposta surpreendentemente eficaz ao vírus. Xi Jinping não tem de lidar com obstáculos eleitorais. Deve ignorar algumas metas de desaceleração do crescimento do crédito e é até capaz de atingir o crescimento projetado do PIB.

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Xi Jinping 7 X 1 Ocidente

No momento, é ele quem dá as cartas. A visita recente ao marco-zero da pandemia, devidamente publicizada, sinalizar sua confiança de que o pior já passou. E dá um parâmetro de tempo para os lockdowns que estão começando agora no ocidente (6 semanas, no melhor dos casos).

Depois de subestimar o vírus, Trump está lutando pela sua vida política. O Homer Simpson já está alerta agora que o espetáculo dos homens enterrando bolas em cestas foi cancelado. Trump em breve anunciará alguma bazuca fiscal na tentativa de resgatar o SPX às máximas históricas — às custas de inflação real.

Mas medidas fiscais são mais penosas de se implementar. Até lá, o governo monetizará débito sem o menor pudor. Afinal de contas, o mundo está sedento por títulos de dívida soberana.

O jogo termina em inflação. Depois, jubileu.

O jubileu do débito é uma admissão de que o moto-perpétuo dos bancos centrais falhou, e toma muitas formas, sendo a mais comum o cancelamento das dívidas de um regime prévio por uma nova administração. Crédito que não pode ser pago devido ao crescimento ou produtividade insuficiente é extinto de algum jeito caótico. Não é algo que acontecerá esse ano.

Na Itália, o jubileu já demostra sintomas. Pagamentos de hipoteca estão suspensos. Enquanto soa incrível para os beneficiários, é preciso lembrar que o débito de alguém é ativo de outro alguém.

Credores não terão escolha senão reconsiderar a saúde de seus balanços. Alavancagem, em tempos de vacas gordas, é uma maravilha. Em tempos de vacas magras, significa não ter à mão todo o dinheiro com que se conta.

Efeitos exponenciais e feedback loops desafiam a lógica ordinária do cotidiano. A maioria das pessoas não acredita até ver com os próprios olhos.

“Controle não deve ser confundido com ordem”

Margaret J. Wheatley

? E agora…?

Adoraria que este texto marcasse o fundo do declínio nas bolsas, depois de uma semana trágica. Queria eu que a turbulência dos próximos meses já estivesse, nesse ponto, inteiramente precificada.

Não se pode ter certeza de nada.

Não duvido nem que Bolsonaro tenha pego o vírus, Eduardo vazado pra imprensa, e então Trump ligado para ele ordenando que desmentisse. O presidente americano entrou em coletiva ao vivo logo depois, se apoiando no argumento de que Bolsonaro testara negativo para justificar sua parcimônia (e a sua negação em se auto-quarentenar).

Não tenho ideia do nível de sobrecarga que atingirá o sistema de saúde brasileiro. Se a nossa curva será mais agressiva ou controlada que a da Itália. Se nossas parcerias público-privadas serão mais ou menos eficientes que as dos EUA.

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Note: a Itália, que está ~14 dias à frente dos EUA, ainda não chegou à fase de desaceleração na curva de infectados. Sua taxa de letalidade é bem mais alta que a de outros países cuja resposta foi mais imediata. Até que atinja seu pico, ainda não temos benchmark de “duração da quarentena” para o caso de economias ocidentais despreparadas e atingidas em cheio.

Qualquer modelo que projeta os próximos meses se apoia em parâmetros imprevisivelmente escorregadios.


No longo prazo, as coisas ainda parecem promissoras. Acharam que o mundo ia acabar em 2008.

Hoje, olhe ao redor. Mesmo quarentenados, podemos pedir qualquer comida na porta de casa em 20 minutos. Podemos sumonar carros para nos levar aonde quisermos. Podemos nos exercitar em esteiras imersivas que simulam uma corrida nos Alpes. Podemos falar de graça com qualquer familiar, em qualquer canto do mundo, com vídeo e áudio de alta qualidade.

Mantenha a cabeça nutrida e o senso crítico afiado. Os próximos meses podem ser duros. Vai ser difícil manter a independência intelectual em meio à enxurrada de áudios e fake news, exacerbada pelo distanciamento social. Não é porque você está “preso em casa” que vão deixar seus olhos e instintos descansarem. Abasteça-se de empatia e paciência. A batalha pela sua mente, pelo seu bolso, pelo seu voto e pelo seu like vai acelerar de marcha.

22 comments
  1. O texto nitidamente visa um determinado segmento da população e não vejo problema nisso. Não vejo no autor intenção de escrever algo abrangente, que cobrisse todas as consequências do COVID em todas as dimensões sociais. O cara apenas queria falar da repercussão no ambiente corporativo em que é possível o home office, na gestação de startups, na economia etc. Ele está se comunicando com um determinado público, ao meu ver, pessoas interessadas em negócios e Finanças. Mesmo sendo negro, de origem pobre e de periferia, não vejo problema nisso. Talvez o cara não tenha conhecimento para falar da repercussão nas classes mais baixas, porque deve escrever sobre negócios. Nesse caso, ele foi honesto em não escrever sobre o que não conhecia. Enfim, não há nada no texto dizendo que as repercussões estão restritas às que ele escreveu. Neste momento, em algum lugar da internet, deve ter um cara escrevendo sobre a repercussão do COVID nas classes mais baixas. E está ok se ele não mencionar as repercussões no ambiente corporativo.
    Segue o jogo!

  2. Muito bom e claro, como sempre algumas coisas causam discórdia, não concordar, ok, mas ofender não é o caso.
    Tudo iss gira em torno do mercado financeiro e de alguns poucos interesses, mas muitos não aceitam isso, paciência.
    Temos de ter calma, discernimento sobre o que devemos fazer, ver o que deu certo e errado ao redor do mundo sobre as questões da prevenção. Cada país tem sus estrutura, cultura, então, é hora de pensarmos nas soluções, algo que sempre fiz, pois fazer caça às bruxas é uma grande besteira.
    Vejo mais uma oportunidade para as empresas repensarem seus modelos de negócios e de atuação, pois até ontem o Home Office era para poucos, de acordo com o cargo e tudo mais que já sabemos, de repente virou uma solução, pois muitas pessoas acham que o funcionário só pode produzir se o “Chefe” estiver de olho nele.

  3. Keyti até quando a esquerda ficará com esta mania de que tudo que acontece é contra os pobres, negros e gays? Até quando vamos continuar pensando que o Estado tem que patrocinar as opções sexuais das pessoas e atender de forma diferenciada alguns. Sou pobre, sempre fui, trabalho duro, nunca invadi um terreno para colocar minha casa em cima, pago impostos, pego ônibus, fui da esquerda, fui enganado por ela, estudei e trabalhei ao mesmo tempo, nunca desisti e não acho que o Estado tenha que me dar alguma coisa, por ser pobre, ou ter mais melanina na pele, ou menos, ou ser homosexual ou seja lá qual denominação exista. A competência ainda é a melhor maneira de se dar bem na vida. O restante é muito mimimimi… Fui.

    1. Que visão estreita e ideológica. Nada a ver com o texto. Mais um ignorante que sequer sabe se expressar. disse:

      A pele e a inclinação sexual são sim, irrefutavelmente, fatores de descriminação e na probabilidade de sucesso na vida. Qualquer estatística banal mostra isso. Claro que a perseverança, a inteligência e a resiliência atenuam muito o efeito dos preconceitos, mas não os eliminam. De qualquer forma, o comentário nada tem a ver com o cerne do ótimo e lúcido artigo. Fiz o comentário porque não dá para ficar calado diante de tanta insensibilidade e ignorância.

  4. Olá, grata pela análise confrontada com dados estatísticos . Creio q possamos dar o maior exemplo ao mundo de como nós brasileiros somos solidários mesmo tendo q ficar reclusos em nossas casas. Manter a mente aberta e saudável com boas informações irá nos resguardar do pânico. Q Deus nos ajude e me ajude a suportar essa fase , para o bem de todos nós.

    1. Mas as recentes exposições do pensamento e sentimento dos brasileiros, não nos mostra como solidários, nos mostra raivosos, intolerantes, preconceituosos, egocêntricos, egoístas, oportunistas, trazendo a tona um brasileiro que se desconhecia pois estava adormecido no interior das pessoas por uma ideia implantada mas não verídica, mas também torço que se não somos tão solidários como pensávamos, ao menos poderemos ser responsáveis por auto sobrevivência e assim sermos solitários solidários

    1. “Acharam que o mundo ia acabar em 2008.

      Hoje, olhe ao redor. Mesmo quarentenados, podemos pedir qualquer comida na porta de casa em 20 minutos”.

      Que porcariazinha neoliberal esse texto! A consequência da crise de 2008 foi a aceleração do Estado Mínimo e a precarização crescente do trabalho em países como o nosso e, ao redor do mundo. O home office não é uma realidade para uma parcela imensa da população de um país onde quase 39 milhões de pessoas estão em trabalho informal. Falar em renda básica universal sem mencionar que no Brasil existe um teto de gastos públicos até 2036 – pra área da saúde e da educação, é de uma desonestidade intelectual tamanha. Não há cobertura de saneamento básico para o país inteiro, não há, inclusive, na segunda maior cidade do país há anos! O cenário é de crise sistêmica e se for falar sobre isso em terras brasileiras, primeiro situe-se. Sugiro que informe-se mais em canais de comunicação periféricos como Alma Preta, Periferia em Movimento, entre outros, a fim de entender um pouco mais sobre a complexidade do território onde se pisa…

      1. Comentário cheio de viézes, julgamentos, desnecessariamente preconceituoso e politizado, em um momento que pede uma visão e uma atitude mais coletiva e menos vitimista. Pergunta pro vírus se ele quer saber se você é de direita ou de esquerda, se é rico ou pobre, se é verde ou amarelo.

        1. Oi Wagner. Li o texto, o comentário e sua resposta. Concordo com a análise do texto em sua grande parte, mas na verdade o comentarista também tem razão quando cita que a realidade do Brasil é muito diferente do exposto pelo texto. Muito do que ali está se aplica ao meu caso, mas não posso me furtar a dizer que nesse caso, sou bem privilegiado. Trabalho remoto não é uma opção para a grande maioria do povo brasileiro, por exemplo. A realidade da periferia é muito mais triste. Infelizmente, temo pelo nosso país.

          1. Claro Silvio, estamos de acordo nisso. Mas isso não justifica chamar um post super trabalhado, pesquisado e extremamente útil de “porcariazinha neoliberal” ou de falar “situe-se” para o autor. Um ataque desnecessário, nada justifica esse tom.

            1. Posso ter me exaltado com “porcariazinha”, mas não houve equívoco quanto ao posicionamento neoliberal do texto. Então, sinto muito pelo insulto, Wagner e ao Felipe, autor do texto. Quanto ao resto, matenho.

        2. Wagner, meu comentário tem CEP sim. E não oculto isso, ao contrário do que o texto faz. O contágio é democrático, mas o tratamento e a prevenção não. Os trabalhadores informais, aqueles que pegam ônibus apinhados de gente e aqueles que fazem entregas em 20 minutos estão sujeitas à uma contenção irrisória do contágio. Reforço ainda que foi este trecho que destaque no início do meu comentário que foi sumariamente desrespeitoso com trabalhadores em situação absolutamente precária de trabalho para que a classe média possa continuar com suas mordomias – e me incluo aqui – de comer bem à porta de casa, enquanto estes trabalhadores precarizados voltam para a periferia com o vírus contaminando pessoas que sequer sabem que fazem parte do grupo de risco, porque não sabem que tem diabetes, pressão alta, bronquite, porque não existe exame de rotina e preventivo na quebrada. Compare o perfil dos primeiros contágios – famosos, cantores, classe média alta, com o perfil dos primeiros casos de morte: porteiro, empregada doméstica. A prevenção não é democrática porque não há saneamento básico em muitos lugares, não há plano de expansão de frota nos transportes públicos, não há dinheiro para comprar álcool gel quando se tem que escolher entre comer e pagar o aluguel. No Capão Redondo, de onde venho, exame preventivo não é uma cultura. E daí nasce minha resposta ao texto – eu sou jornalista e sei que todo texto pode ser infinitamente melhorado e este aqui carece de contexto local, carece de dados precisos e carece de fontes com outros CEPs e é esta minha crítica – este texto esconde seu viés político-econômico, a minha crítica não e talvez, isto lhe doa. Mas não me dói, então a mantenho. É pra doer mesmo, porque a situação estrutural de falta de saneamento básico e precariedade no SUS dói em muitas pessoas há tempos. Duvido que o autor tenha passado 6 horas na fila do SUS para receber vacina de febre amarela, como eu e vários dos meus fizemos. Por isso, meu ataque é claro: texto neoliberal e mal escrito. E objetivo também é claro: situe-se. Deixo aqui um texto, com CEP, com cor, com recorte de classe para que reflita. O autor pode usar palavras menos combativas que as minhas e isto talvez lhe agrade, mas em essência, é o mesmo conteúdo. Então, retorno com o meu bom e velho “situe-se”.
          https://almapreta.com/editorias/realidade/com-contencao-pouco-viavel-covid-19-impacta-mais-a-vida-dos-negros-2?fbclid=IwAR0NYGfasPnB61qeBr_t2w-ReOPblGGGIboFdxq0Sw9MMU1gS-RHeRLnw-Y

          1. Keyty, todos nós temos direito à opinião e adoramos pensamentos que balancem as nossas certezas. Isso posto, minha crítica ao seu comentário é por conta do tom e do ataque desnecessário. Quanto ao seu posicionamento, temos interpretações diferentes do texto. Para mim, uma das melhores análises do tema até agora, sobre algo que aflige o planeta inteiro, independente de visão política, classe social ou quantidade de melanina na pele. Insinuar que esse seja o caso é trazer ruído para um texto útil, prático e claro.
            Em tempo: sua análise agora foi muito melhor e mais clara (apesar de eu discordar :) Trocas educadas funcionam melhor!

          2. a análise é para GESTORES de empresas, é para executivos, poderem parametrizar decisões…

            não é de esquerda, nem de direita, nem liberal, nem neo-liberal… faz análises… e utiliza argumentos gancho, como eu e voce faríamos em nossos textos…

            CALMA… se tem uma coisa que eu acredito sairá no vim desta crise é: – UM PAÍS UNIFICADO.

            Vamos trabalhar em prol disso?

  5. Qual país ou organização cobrará primeiro a China (financeiramente, economicamente e politacamente) por essa pandemia orquestrada lá? E, não, a China não fez o dever de casa quando deveria ano passado sobre esse assunto. Politicamente ignorou, rechaçou e tornou inimigo do Estado o primeiro profissional médico chinês(RIP) a observar, diagnosticar e denunciar o que estava por vir.

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