Sobre os jogos de futebol com estádios vazios

Você está em crise de abstinência por não poder apoiar o seu time in loco? Calma, porque já encontraram a solução!
Sobre os jogos de futebol com estádios vazios Sobre os jogos de futebol com estádios vazios

Não é novidade pra ninguém que essa pandemia afetou em cheio muitos segmentos da economia, especialmente na área do entretenimento. Como se não bastasse a crise financeira, decorrente desse quadro insano a que todos fomos submetidos, ainda temos as severas restrições quanto à vida social, especialmente nos eventos onde há aglomeração.

Na maioria dos países do mundo, os campeonatos de futebol foram suspensos no início da quarentena, mas desde então fosfatos têm sido queimados em profusão nos gabinetes dos dirigentes de clubes, já que o grande desafio é gerar renda e evitar mais cortes e mais dívidas.

Mas como fazer isso?!

Em um momento de profundo “delírio criativo”, alguém de algum quadrante da Terra teve uma ideia inoxidável, isto é, brilhante, que foi festejada e acolhida pelo clube alemão Borussia Mönchengladbach.

Sobre os jogos de futebol com estádios vazios

O devaneio

A proposta consiste no seguinte:

01. o clube vende bonecos aos torcedores, pela pechincha de 19 euros (coisa de $120,00) e providencia que todos sejam devidamente posicionados na arquibancada.

02. além de pagar pelo boneco, o torcedor também tem que pagar pelo ingresso dele – mais 2,50 euros ($16,00) – para que o fofucho inanimado o represente em dias de jogos.

Eureka! Como ninguém havia pensado nisso antes?!

Sobre os jogos de futebol com estádios vazios

Fala a verdade, amigo(a) leitor(a)! Você achava que já tinha visto de um tudo nessa vida, né?
Se enganou, meu bem!

Mas o mais ~interessante~ é que tem um clube mineiro aí (não vou dizer qual, pra não ser tachada de torcedora rival enciumada!), que achou a ideia formidável e está seriamente considerando adotá-la!
O seu presidente, inclusive, deu um depoimento inflamado à imprensa esportiva local (vide link abaixo), evocando a paixão cega da torcida que, segundo ele, nunca deixou o clube na mão!
Que estupenda felicidade ter uma torcida com esse nível de fidelidade, não?

Mas o que realmente me intriga é: onde está a galera do Vale do Silício – e outras ilhas da alta tecnologia – que ainda não enxergou a extraordinária oportunidade de fazer fortuna em cima desse nicho aberto por torcedores ávidos em ostentar, com orgulho, tudo o que o seu fanatismo é capaz???

Já que esses bonecos parecem ser mesmo a solução mais viável pra substituir as pessoas nos estádios e essa moda tende a pegar, então vamos melhorar essa substituição, afinal, quem tem coragem de pagar o mico de pagar 120 pilas num boneco-representante, paga mais alguns dinheiros pra ter benefícios tecnológicos que incrementem a roubada empreitada! 

Vai aqui minha humilde contribuição em 2 passos:

1. Os bonecos precisam ter câmeras nos olhos, conectados aos celulares, para que os seus proprietários tenham uma sensação mais real de estarem no estádio.

2. E, óbvio, os bonecos precisam também ter auto falantes embutidos na boca, para que os seus donos-ventríloquos possam xingar árbitro, jogadores e técnico e essas vozes ecoem no campo em alto e bom som, afinal, esse não é o real objetivo de se ir ao estádio?


Link da matéria do Superesportes (Portal Uai).


2 comments
  1. tem muita gente que pagaria como já pagou para varios clubes, não é só o atletico que fez, por sinal corinthians e botafogo lançaram antes.tem q ver que é uma forma de vc ajudar seu clube arrecar dinheiro quando estão sem renda alguma, torcedor que é torcedor mesmo, que vai em estadio entende, e não torcedor modinha de sofá.

    o negocio não é ter seu boneco lá e sim ajudar seu time.

    fora que não sei como é no atletico mas tem clube que está oferecendo a replica do boneco autografada por algum jogador também

    1. O que mais temos visto nessa crise surreal é todo mundo se adaptando e se reinventando, afinal trata-se de sobrevivência e isso é urgente e é legítimo, claro!

      O povo do futebol, do cinema, da música e de mais um monte de segmento que não faz parte do grupo de 1ª necessidade precisa mesmo criar meios de não falir, tá certo, mas esse não é o ponto!

      A questão aqui é sobre prioridades e sobre como o fanatismo (seja em que área for) rouba o bom senso das pessoas.

      Óbvio que as escolhas são pessoais e cada um prioriza o que bem entende na vida, mas nada me impede de achar certas coisas um grande mico.

      O que vc parece enaltecer como algo positivo, ao falar do “torcedor de verdade”, pra mim significa outra coisa diferente, eu não concordo e tá tudo bem com isso, pque vc e eu estamos exercendo o direito de ter um olhar crítico sobre o que vemos, certo?

      É muito legal que hajam pontos de vista distintos e eu super respeito isso.

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