PR: faça do seu arroz e feijão um belo risoto al limone

O que eu mais faço durante essa pandemia é pensar. Penso em tantas questões, afirmações, exclamações, reticências então… São as campeãs das minhas trending topics. 

E entre um orçamento e outro, uma divulgação e outra, um encontro de relacionamento virtual e outro, resolvi olhar com mais afeto para uma situação que percebo há tempos nos mercados da publicidade e da propaganda: por que o PR é o primo pobre das ações de comunicação e marketing?

Logo ele que tem como premissa colocar uma lente de aumento nos projetos e alavancar reputação, engajamento, referência e como diz uma de minhas parceiras, Juliana Tavares, aumentar o lucro ou reduzir os custos. Reduzir custos? Opa… Já me deparei com diversos projetos onde o PR não era envolvido no início da porra toda e aí, quando ele era acionado lá pela fase 3, 4, quase prestes ao lançamento da ação, era eu, a chata do rolê e a pessoa que falava: não vai funcionar. A galera broxava, mas o cliente economizava um bom dinheiro que seria mal gasto. 

É uó virar para o seu cliente ou colega de trabalho, que não te envolveu antes, e dizer o seguinte: brother, você só vai sair no trade com essa campanha. Por que você acredita que vai sair no JN ou na Fast Company? O que você criou não é PRable… Pronto, virei a mina que encrenca com tudo. Não traz mais o PR pra conversa.

Opa, opa, mas é justamente o contrário. Eu quero estar na conversa, em todas elas. Meu lema? Me chama que eu vou! É preciso olhar para o PR como uma ferramenta de comunicação integral. O PR pode ser parceiro para os desdobramentos mais atrevidos e engajadores, como também ser o olhar unificado de todos os pontos de contato da tua marca. Sim, você leu certo, todos.

Uma vez eu tentei trocar as lentes de um cliente para mostrar a ele a força do PR para o seu negócio. Ele, com zero afetuosidade e certa arrogância, me respondeu: eu trabalho com PR faz sete anos, está me dizendo que não sei como é trabalhar com a ferramenta de relações públicas? E não sabia mesmo.

Chamar de PR uma divulgação para a imprensa de algo que o ou a profissional da área não foi envolvido/a desde o início, é estar longe de saber o que o PR é de verdade.

Já está na hora da publicidade ser mais carinhosa com o PR e não tratá-lo como o fundo do funil, porque se a ideia é fazer as pessoas falarem da tua ação na mesa do bar (quando eles reabrirem) ou na CNN, acredite, é o PR que ajudará a fazer isso acontecer. 

E aos colegas de profissão, vamos nos unir, e com as nossas lentes de aumento, fazer com que mais e mais pessoas tenham o entendimento sobre a real do PR e porque ele é tão poderoso para marcas e negócios.