O que mais entrega a idade? Rugas? Pééé. Ê-rou.

Diga-me COMO ANDAS e te direi quem és.

Outro dia vi uma entrevista com um cirurgião plástico (não consigo lembrar o nome dele) e ele dizia que as mulheres fazem plástica, silicone e lipo, mas esquecem que o que dá mais bandeira da idade é a forma como se movimentam, como andam, como se sentam, se levantam, etc.

A partir de uma certa idade é natural se preocupar com isso, mas os resultados podem ser desastrosos. Muita gente acha que dá pra comprar peças de reposição e investe na rasa jovialidade de consultório e cabeleireiro e acabam virando aqueles seres esquisitos que parecem um clone de plástico das próprias filhas, que a gente costuma ver no Iguatemi.

Cabelo igual, de costas igual, óculos fashion igual, mas pescoços e mãos enrugadas e um caminhar arrastado gritando que aquilo tudo é fake. E tem a versão masculina também, claro, e potencialmente ainda mais perigosa, envolvendo folículos capilares e acumulo patrimonial.

Maldade à parte, claro que sou a favor de qualquer um que queira se cuidar. Mas não adianta nada turbinar só a aparência, aquela que vai aparecer em fotos e em espelhos. Jovialidade é um conjunto maior, quase uma sensação, que inclue beleza mas também desenvoltura, independência, estado de espírito, exuberância, cultura, etc. E que, sejamos justos, também tem muitas senhoras e senhores assim por aí, à todo vapor.

E o cirurgião plástico tá certo: movimentação é o que entrega. Animadores de desenhos animados e CG sabem que o que define um personagem é sua movimentação, talvez mais do que sua própria aparência.

Faça a prova: o que dá mais impressão de jovialidade: um parzinho novo ou um corpo inteiro que se movimenta assim aos 86 anos de idade?

Johanna Quaas hoje tem 95 anos e cabelos brancos de vovó.  Isso mesmo, 95. Uma jovem senhora de 95.

E não é só durante a exibição. Repara como ela sai do tablado, como ela anda, como desce os degraus.