Na semana passada, participei de um seminário organizado pela UCLA Alumni Association chamado “Mindfulness at Thanksgiving: Cultivating Appreciation and Gratitude in Your Life.” A sessão contou com a participação de Clyde Boiston, que nos conduziu a uma meditação guiada, e falou sobre os inúmeros benefícios de adicionar mais gratidão às nossas vidas.
Percebi que muitas vezes não consigo reconhecer as muitas coisas na vida pelas quais devo ser grato. Minha mente prefere se fixar nas coisas que faço e que não considero boas o suficiente, e por isto acabo esquecendo de tudo aquilo que produzi, ajudei a criar, apoiei, os reconhecimentos que vieram de terceiros, entre outras coisas que podemos – lamentavelmente – deixar passar desapercebido no dia a dia.
No final da sessão, Boiston abriu o chat do Zoom para as pessoas responderem a uma série de perguntas sobre as coisas que apreciam na vida. Por exemplo, “O que é algo que lhe traz alegria quando ao ar livre?” Nós, estranhos no bate-papo, descobrimos que podíamos pensar em literalmente dezenas de coisas simples pelas quais ser gratos: um pôr do sol, ar fresco, um parque na rua, sons naturais da vida acontecendo.
Boiston também leu uma série de poemas e mensagens inspiradoras com o objetivo de nos ajudar a cultivar a gratidão. Encontrei uma versão de um deles, enfatizando o quanto a maioria de nós deve ser grata. “Se você tem comida na geladeira, roupas no corpo, um teto sobre a cabeça e um lugar para dormir, então você é mais rico do que 75% deste mundo.” Os problemas do mundo são maiores lá fora, mas você entende o ponto.
A gratidão não é apenas uma questão de perspectiva, e não é sobre reconhecer que você tem coisas mais ou melhores do que os outros, mas de não dar por garantidas as coisas que você costuma fazer – ou tem. A dica é fazer uma pausa e pensar sobre qualquer uma das coisas pelas quais você é grato, mesmo que por um momento. Melhor ainda, escreva-os se tiver tempo. Estudos têm mostrado que escrever coisas pelas quais somos gratos, ou escrever uma carta de agradecimento a outra pessoa, causa mudanças positivas mensuráveis no cérebro. É ótimo compartilhar gratidão com os outros, mas é benéfico mesmo que você guarde para si mesmo aquilo pelo que é grato. Dê uma chance.
Nota: A UCLA Alumni Association gravou a sessão, mas ainda não fez o upload em seu canal no YouTube. Vale acompanhar para quando estiver disponível.
A foto acima é da Ann Chen, que pintou um mural no The Gateway, um complexo comercial e de entretenimento ao ar livre localizado no centro de Salt Lake City – US.
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Ah, como esse exercício é essencial na vida!!!
Especialmente nos dias de hoje, quando temos tantos motivos pra reclamar!
Ser gratos ao que temos e ao que somos, mas tbém deixar as pessoas saberem da nossa apreciação e gratidão pelo que elas fizeram a nós, especialmente os profissionais que nos atendem em funções que tendemos a achar que “não fazem mais do que a obrigação”.
Boa Julio. Gratidão é um dos meus assuntos preferidos. Infelizmente ainda costuma vir embalado em uma aura meio zen e/ou meio religiosa, com pessoas exagerando e trocando um “obrigado” por “gratidão” essas coisas. Para mim, gratidão é algo super terreno e um recurso para alterar nosso mindset. Aprendi um truque ótimo, anos atrás: sabe aquele ritual de pensar em 3 coisas as quais voce é grato, antes de dormir? Pois é o que eu faço diariamente, mas com as coisas mais banais, geralmente objetos.
(Continuando): aí eu fico grato ao cara que fez o mouse, imagino o que ele alterou a vida das pessoas, depois vejo uma xícara ao meu lado e fico grato ao cara que inventou aquela alça para gente colocar o dedo e não se queimar, enfim, vou mergulhando cada vez mais nos detalhes e reconhecendo os nobres atos das pessoas, até pegar no sono. Hahahahahah, sim, sou meio louco, fazer o quê. Abs!!!
Recomendo a leitura desse livro, é ótimo, leve e inspirador. É do divertido AJ Jacobs, ex editor da Esquire, os livros dele são todos ótimos.