Caro Ricardo John,
Este é o segundo atrevimento que faço contigo. O primeiro foi questioná-lo se era seu o texto que tanto me tocou. E agora este segundo, dividir para “arroba todo mundo” o quanto tua escrita me arrebatou.A gente não se conhece, não ao vivo, mas eu sei um pouco sobre você e sua trajetória profissional. Não, na verdade não sei muita coisa. Um dia, quem sabe, podemos nos conhecer num café ou numa pista de dança. Eu não faço ideia se você gosta de dançar, mas foi como me senti ao ler teu texto – dançando o foxtrot ou algo do gênero.
Esta semana, ao voltar de alguns dias de descanso na praia, fui folhear um dos jornais semanais do trade publicitário – aquele que tem a logomarca azul. Confesso que meu olhar foi despretensioso e talvez, justamente por isso, aquela meia página que você cuidadosamente escreveu para homenagear um colega de mercado, mais que isso, pelo que entendi, um amigo que virou um irmão, o Christiano Neves, me acertou em cheio.
Eu sinto muito que o seu amigo-irmão faleceu no sábado retrasado depois de tanto lutar contra um câncer, mas se você me permite, espírita que sou, acredito que as jornadas de vocês voltarão a se encontrar numa outra dimensão.
A maneira como você escreveu sobre o Christiano e olhando para a foto dele na página do jornal, me trouxe um quentinho no peito, me senti como se o conhecesse, assim como você, a Dona Inês, o Woody e a Lola – parentes do rapaz. Tua escrita foi tão afetuosa e generosa, que eu me vi rodeada por todos vocês juntos, como se estivéssemos dançando uma ciranda.
Eu quero te agradecer por dividir seus sentimentos naquele texto. Pra mim, este já é o melhor anúncio do ano, que obviamente não ganhará nenhum Leão em Cannes. Mas pelo que entendi, todos já têm o Leão guardado nas memórias e nos corações de vocês! Espero um dia poder te encontrar e te dar um abraço por me proporcionar uma leitura tão carinhosa e gentil.