Essa semana eu fui impactada por uma ação que me causou desconforto, num mix de tristeza e urgência. E, até por isso, entendi sua potência. 720 retratos de violência doméstica interromperam a programação da Rede TV, ao longo de 24h, com objetivo de traduzir, da maneira mais escancarada possível, a frieza dos dados expostos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em que a cada dois minutos, uma mulher é agredida no Brasil.
Este tema me pega, sempre. Mas estes números deveriam causar desconforto em todo mundo.
Vou repetir: cerca de 720 mulheres sofrem violência, em um só dia, no Brasil. E. Ninguém. Se. Choca.
O contexto não é novo, mas é crescente. Há números que comprovam o salto de cerca de 50% nas denúncias formais e as menções ao tema em plataformas sociais tiveram um aumento de chocantes 200%, desde que a pandemia começou.
E por isso, eu gostaria de ressaltar a iniciativa e a coragem de todos que estiveram envolvidos nesta ideia, assinada pela agência We, para a Associação Fala Mulher, e também da Rede TV que topou abrir sua programação com 720 interrupções, em um só dia. O video da ação traz um compilado de todos os retratos coletados, confira:
Vale lembrar que, segundo a ONU, temos no Brasil uma das leis mais importantes do mundo, no enfrentamento da violência doméstica, e que a Lei Maria da Penha prevê cinco tipos de violência: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. O site do Fala Mulher traz uma imagem ótima, com um compilado de sinais para ajudar as mulheres a se perceberem numa relação abusiva, além de um teste rápido com o mesmo objetivo, espie:
Se você está passando por isso, lembre-se que não precisa enfrentar sozinha. Peça ajuda, converse com uma amiga ou um familiar e, em caso urgente, ligue para 180.