Como pop star, Lorde se destaca por vários motivos: sua reclusão nas redes sociais , sua acuidade emocional , sua dança idiossincrática . Mas um dos elementos-chave que a tornam tão distinta de outras celebridades é mais teórico: seu uso do… (calma, não surta) … modo mixolídio. Eu também nunca tinha ouvido falar nisso, mas é interessante. Nossos amigos músicos conhecem bem.
Sem desandar muito para a parte técnica, o mixolídio é uma escala que veio da música grega, afetuosa, apaixonada, e que servia para traduzir as grandes situações trágicas. É um tipo de escala em que o tom principal – usado implacavelmente na música pop para criar tensão e desejo – é substituído por um um acorde com sétima aumentada (também não sei do que se trata, mas o que importa é que existe uma fórmula).
O mixolídio também é parte essencial do blues, bem como muito do rock: pense em “Norwegian Wood” dos Beatles ou em “LA Woman” dos Doors. Mas é muito menos comum na música pop moderna, a tal ponto que era quase inexistente nas paradas de músicas quando Lorde trouxe de volta ao topo com “Royals” em 2013.
Quatro anos depois de “Royals”, Lorde alcançou um sucesso similar com “Green Light”, que deixou os fãs maravilhados com suas mudanças de acordes.
Solar Power
E agora em Solar Power , o mais recente álbum de Lorde lançado na última sexta-feira, a artista neozelandesa retorna ao estilo que a tornou famosa, fazendo uso desse recurso musical em pelo menos metade das músicas. O uso de mixolídio faz o álbum parecer mais “ensolarado” do que trabalhos anteriores, mas também o torna mais leve em relação ao pop convencional. E para o bem ou para mal, a prevalência do modo em Solar Power revela uma Lorde completamente desvinculada das abordagens repetitivas do pop atual, enfatizando o status preferido de Lorde como uma outsider da indústria, marchando ao ritmo de seu próprio tambor.